Se o mundo tivesse 100 pessoas...





Para Supernanny, "lei da palmada" ignora peso das agressões verbais e emocionais

da Livraria da Folha


Divulgação
Cris Poli, a Supernanny do SBT, publicou mais de três livros sobre educação
Cris Poli, a Supernanny, publicou mais de três livros sobre educação
Folha Imagem
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)
Deputada Maria do Rosário (PT-RS)

O projeto de lei 2.654/03, que proíbe a palmada e qualquer outro tipo de agressão física em crianças e adolescentes, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), ganha cada vez mais destaque na mídia.

Para a educadora Cris Poli, também conhecida como "Supernanny brasileira" e autora de "Pais e Professores Educando com Valores", "bater não educa, em nenhuma circunstância", contudo, afirma também que a lei deixa de lado outros tipos de agressões que podem machucar uma criança.

O debate rende diversas opiniões de especialistas, não-especialistas, pais e linguarudos. Afinal, o castigo físico é uma forma eficiente de educação? Até onde o beliscão --ou a falta dele -- contribui na formação da criança, em sua compreensão de regras da sociedade e das dos próprios pais? Quem ama bate?

As "palmadas pedagógicas" são motivo de declarações de psicólogos sociais, ONGs, educadores e pedagogos. O projeto de lei contra as palmadas encontra no ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente) força e um aliado de respeito na luta pelos direitos infantis.

Leia entrevista com a Supernanny.

*

Livraria da Folha: O que você acha do novo projeto de lei que proíbe a palmada e qualquer agressão física em crianças e adolescentes?

Cris Poli: Acho que esse novo projeto de lei está se ocupando de um tipo de agressão, a física, e esquece de outros tipos de agressões, verbal, emocional ou mental que trazem consequências na formação da personalidade do ser humano mas que não deixam marcas físicas, somente interiores e que nunca se esquecem.

Acho que seria muito importante educar os pais para eles assumirem a responsabilidade da educação dos filhos com autoridade legitima (não autoritarismo), demonstrações de amor, respeito e estabelecimento de limites, que é fundamental para trazer uma grande mudança nas famílias. Esse projeto de lei vai tentar ponderar um lado só, vai ser muito difícil de fiscalizar e pode dar lugar a muitas atitudes erradas no meio das famílias.

Livraria da Folha: A palmada ou beliscão, quando usados em ocasião de comportamento, ensinam algo à criança?

Cris Poli: Não ensinam nada, são simplesmente manifestações de impotência da parte dos pais de resolver os problemas de comportamento dos filhos de outro jeito.

Livraria da Folha: Outros países também possuem leis semelhantes. Você acredita que o Brasil vai se adaptar?

Cris Poli: Creio que o Brasil precisa de outras leis que tem a ver com educação e que são muito mais importantes do que essa

Livraria da Folha: Aos pais e educadores acostumados às palmadas ou outros castigos corporais, o que você sugere fazer no momento da bronca?

Cris Poli: Nesse momento o mais importante é manter a calma, assumir o controle da situação, separar a criança, olhar nos olhos e corrigir o comportamento com voz firme, autoridade legitima, convicção de sua atitude, entendo que essa criança precisa de limites, muito amor e paciência para ser educado e se tornar um ser humano autônomo, confiante, sadio e feliz.




PENSO QUE ESTA PRÁTICA JÁ DEVERIA ESTAR FUNCIONANDO A DÉCADAS............
MAS, O BRASILEIRO SEMPRE EXIMINDO-SE DE SUAS OBRIGAÇÕES.


Sexta, 23 de Julho de 2010 - 13h34

Higienização com álcool será obrigatória em hospitais e clínicas

Todos os hospitais e clínicas do Brasil terão que disponibilizar preparações alcoólicas para higienizar as mãos dos profissionais da saúde. Essa é a proposta de uma resolução elaborada pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) que está disponível para consulta pública até o dia 30 de agosto.

A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) lembra que toda população, em especial os setores ligados à saúde, pode enviar sugestões e propostas à Anvisa sobre a nova resolução.

A resolução também estabelece como as formulações alcoólicas devem estar disponíveis para os profissionais: nas formas gel, líquida, espuma ou outras. A intenção é aumentar a adesão dos profissionais de saúde ao procedimento de higienização das mãos. Os serviços de saúde terão 180 dias para se adaptarem às novas exigências.

A preparação alcoólica para as mãos deverá ser colocada nos pontos de assistência e tratamento, salas de triagem, salas de pronto atendimento e unidades de urgência e emergência. Além disso, o produto deverá ser disponibilizado em ambulatórios, clínicas e consultórios de serviços de saúde, serviços de atendimento móvel e nos locais em que são realizados quaisquer procedimentos invasivos.

De acordo com estimativa da Anvisa, no Brasil, a adesão dos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e outros) à higiene das mãos é de aproximadamente 40%, uma taxa considerada baixa.

O diretora técnica de Estabelecimentos e Práticas de Saúde e Saúde do Trabalhador, da Agevisa, Fátima Arnaud, destacou que é importante a contribuição da população para a formulação da resolução, tendo em vista que se trata de questões que envolvem a saúde de todas as pessoas.

“Todos devem procurar conhecer o que diz a resolução e, se tiver sugestões, encaminhá-las para melhorar a proposta. A Agevisa está preocupada com a qualidade da saúde da população e trabalha no sentido de fazer cumprir as determinações que busquem aprimorar as práticas na saúde”, disse.
Contribuições

As sugestões de mudança ou acréscimo na resolução da Anvisa deverão ser encaminhadas por escrito para o endereço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – SIA, Trecho 5, Área Especial 57, Lote 200 - Bloco D – 2º andar, Brasília/DF, CEP 71205-050, por fax (61) 3462-4014 ou para o email: ggtes@anvisa.gov.br.



POIS É, NOS RESTA ISSO, COM TANTO DESAMOR, FALSIDADE, MALDADE, DESONESTIDADE.

Sensível ao som, o robô Chapit é capaz de fazer piadas

Sensível ao som, o robô Chapit é capaz de fazer piadas

A família do desenho animado Jetsons é cada dia mais atual. Uma exposição em Tóquio apresenta robôs com habilidades que vão de conversas simples a brincar com crianças.

O modelo conhecido como Chapit é sensível ao som, consegue responder a perguntas simples e trocar piadas com pessoas, com objetivo de ajudar solitários e fazer companhia a idosos. Segundo Kazuya Kitamura, representante da exposição, “muitas pessoas idosas vivem sozinhas no Japão, e não têm com quem conversar”. Já os exemplares dedicados à comunicação tem como função fazer companhia e não reagem mal à mesma história contada centenas de vezes. Equipado com quatro câmeras e um sensor que reconhece o centro de gravidade do usuário, o Personal Mobility Robot, de Kiyoshi Matsumoto, atua no auxílio a idosos, ajudando-os a se movimentar sem que seja necessário acionar botões, comandos ou ainda mover uma cadeira de rodas. Ele pode ainda localizar óculos perdidos, usando um sensor.

Já o DiGRO ajuda pais ocupados sem tempo para brincar com os filhos. O robô usa a internet para encontrar imagens simples e fazer desenhos, e assim faz companhia às crianças durante o expediente dos pais.



BOM DEPOIS DESTA..............
SÓ RINDO UM POUCO!!!










Calor e frio após o sexo...


Um casal de idosos vai ao médico.

Ao terminar o exame, o médico pergunta ao velhinho:

'Sua saúde parece boa. O senhor tem alguma pergunta, ou existe alguma coisa que o preocupa?'

- 'Na verdade, existe', diz o velhinho. 'Depois de fazer sexo com minha esposa, em geral sinto muito calor depois da primeira, e, depois da
segunda, sinto muito frio senhor doutor!'

O médico diz que nunca ouviu falar disso e vai pesquisar.

Em seguida, o médico examina a velhinha, e diz: 'Tudo está muito
bem com a senhora. Existe alguma coisa que a preocupa?'

A senhora diz que não tem nenhuma pergunta ou preocupação. O médico
Então diz a ela: 'Seu marido diz ter um problema um pouco estranho. Ele
disse que sente muito calor depois de fazer sexo a primeira vez, e que sente
muito frio depois da segunda. A Sra. tem ideia do porquê?'
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'Oh, aquele velho maluco!' responde ela. 'É porque a primeira é em Julho, e a segunda, em Dezembro!'


Bruno raspa cabelo e queima para fugir de DNA

Goleiro e mais seis suspeitos do assassinato de Eliza Samudio foram ao Departamento de Investigações

Bruno de cabelo raspado nesta quinta-feira no DI (Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Agência O Globo)

Bruno de cabelo raspado nesta quinta-feira no DI (Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Agência O Globo)

LANCEPRESS!

De acordo com informações da Polícia Civil de Minas Gerais, o goleiro Bruno apareceu de cabeça raspada na manhã desta quinta-feira, no Presídio Nelson Hungria, em Contagem (MG). Os pedaços de cabelo cortados do jogador foram queimados dentro da cela, em frente ao goleiro, para não serem usados como provas de exames de DNA, segundo a polícia. O procedimento é padrão, já que Bruno pode ser submetido a exame de DNA de outras formas, como pela saliva.

Bruno primeiro pediu para cortar o cabelo na penitenciária usando a máquina 3 (que deixa o cabelo com 10 milímitros de comprimento), mas não ficou satisfeito e decidiu raspar mais, com a máquina 1 (que deixa o cabelo com 3 milímetros). O amigo dele, Luiz Henrique Romão, também teve os cabelos raspados. As informações são do site "G1".



AS PESSOAS AINDA IGNORAM MUITAS COISAS.........
OLHA SÓ.
LI NUMA REPORTAGEM DA INTERNET, QUE O GOLEIRO BRUNO, AQUELE RAPAZ EX JOGADOR DE FUTEBOL, QUE ESTÁ SENDO ACUSADO DE MATAR UMA MULHER, CORTOU O CABELO, PARA QUE NÃO CONSIGAM REALIZAR O TESTE DE DNA.
SANTA IGNORÂNCIA, MAS PODEMOS FAZER O EXAME COM: SANGUE, SALIVA, QUALQUER OUTRO PELO DO CORPO DELE, RASPADO DE PELE, ETC..............
PENSO QUE AS PESSOAS, DEVERIAM INFORMAR-SE MAIS SOBRE ALGUNS ASSUNTOS.
POIS HJE NO SÉCULO XX, AINDA EXISTEM MUITAS DÚVIDAS A RESPEITO DE MUITAS COISAS, DE NOSSA FISIOLOGIA.

Homem das cavernas em Porto Alegre



Gel vaginal reduz risco de contrair Aids e herpes genital, diz estudo



Remédio contém 1% de 'tenofovir', antirretroviral usado contra HIV.
Estudo foi realizado por pesquisadores na África do Sul.

Do G1, em São Paulo

Cientistas divulgaram a criação de um gel vaginal capaz de reduzir em 39% o risco de contrair o vírus HIV durante relações sexuais, conforme informou o Centre for the AIDS Programme of Research in South Africa (CAPRISA) nesta segunda-feira (19).

O anúncio foi feito durante a 18ª conferência internacional sobre a Aids, realizada entre 18 e 23 de julho na cidade de Viena.

O microbicida contém 1% de 'tenofovir', conhecido antirretroviral utilizado no combate ao vírus responsável pela Aids, e foi testado em mulheres na África do Sul. O medicamento também é eficaz ao prevenir mulheres de ter herpes genital em 51% dos casos.

Se outros estudos confirmarem a eficiência do gel, a aplicação prolongada pode evitar 500 mil novas infecções pelo HIV na próxima década no país.

O CAPRISA reuniu 889 mulheres com alto risco de contágio em zonas rural e urbana de KwaZulu-Natal. Noventa e oito pessoas foram contaminadas durante o teste, sendo que 38 delas utilizaram o gel. Outras 60 receberam placebos.

As participantes da pesquisa receberam, durante todo o processo, aconselhamentos sobre a doença. Todos os integrantes, médicos e mulheres testadas, não sabiam quem havia recebido o gel verdadeiro ou o placebo.

Os pesquisadores também afirmam que a proteção cresce conforme a aplicação do gel a base de 'tenofovir' aumenta. Entre as mulheres que seguiram à risca o uso do gel, a redução observada na transmissão do vírus HIV foi de 54%.

"Mulheres com herpes genital tendem mais a serem infectadas pelo HIV, mas a proteção oferecida pelo gel traz um impacto maior na prevenção contra a Aids", diz Salim Abdool Karim, diretor do CAPRISA e um dos responsáveis pelo estudo."Trabalhos que confirmem nossas descobertas são urgentes".

PEDRO ABRUNHOSA / ILUMINA-ME

Pedro Abrunhosa - Pontes Entre Nós


A Responsabilidade Corporativa dos Gestores em Relação à Segurança do Paciente

Importante artigo do Dr. Antonio Quinto Neto

Resumo

A segurança do paciente é, na atualidade, uma questão de grande interesse para os gestores públicos e privados, para os operadores de planos de saúde, médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde, clientes/pacientes e público em geral. A maioria dos gestores de organizações de saúde se sente inseguro em assumir explicitamente a responsabilidade pela segurança e qualidade assistencial. Este artigo discorre sobre a atual relevância da segurança do paciente para os gestores e o papel fundamental que podem desempenhar no sentido de tornarem as instituições de saúde mais seguras e menos arriscadas.
Palavras-chave: Administração hospitalar; gerenciamento de riscos; efeitos adversos; gestão da qualidade.
Como a segurança da assistência aos pacientes nas organizações de saúde parece tão óbvia, tem-se a falsa impressão que se trata de um assunto banal. Entretanto, quando são noticiados os incidentes médico-assistenciais – cirurgia em parte errada do corpo, cirurgia em paciente errado, procedimento errado, superdosagem de medicação, queda, aquisição de uma doença infecciosa durante uma internação hospitalar (ex. hepatite, AIDS), transfusão sanguínea incompatível, etc. -, a primeira reação, como regra, é de espanto e perplexidade. Habitualmente despontam dois posicionamentos extremos: pacientes e familiares inclinados ao litígio, em contraposição aos profissionais de saúde e gestores que procuram caracterizar esses eventos como uma fatalidade inerente à prática assistencial. De fato, essa explicação dos profissionais de saúde e gestores se justificava convincentemente quando prevalecia a medicina intuitiva (1) - tratamento de enfermidades que só podem ser diagnosticadas por seus sintomas e tratadas com terapias de eficácia incerta -, onde os médicos se constituíam nos personagens exclusivos do êxito e do fracasso. No entanto, à medida que se ampliou o espaço para a prática da medicina de precisão (1) – tratamento de doenças que podem ser diagnosticadas de maneira precisa, cujas causas são conhecidas e que, por conseguinte, podem ser tratadas com terapias baseadas em regras previsivelmente eficazes -, o argumento do “risco inerente” perdeu a força da racionalidade técnica que encerrava, e se tornou um mecanismo de auto proteção dos médicos e gestores.
Nas últimas duas décadas, passou-se a reconhecer que as organizações de saúde não apenas curam doenças e aliviam a dor, mas também causam dano e sofrimento (2). A prestação de serviços na área da saúde depende intensivamente de complexas interações entre pessoas, materiais, medicamentos, equipamentos e instalações, e tal característica eleva a chance de algo sair errado. Consequentemente, cada vez mais a assistência médico-hospitalar necessita da aplicação do conhecimento gerencial para reduzir falhas e incidentes oriundos das descontinuidades existentes nos variados processos de cuidado do paciente.
A pesquisa disponível sobre a associação de falhas e incidentes com o gerenciamento da assistência assinala que um em cada 10 pacientes admitidos em hospitais de países desenvolvidos são não intencionalmente vítimas de um erro (3), e cerca de 50% desses eventos poderiam ser evitados se os profissionais tivessem extraído lições de acontecimentos anteriores. Também se identificou que os eventos adversos causados por medicamentos, um dos tipos mais comuns em hospitais, contribuem com cerca de 1/3 das falhas (4). A Organização Mundial da Saúde, atenta ao tema das falhas e incidentes na assistência à saúde, classificou a questão como um problema de saúde pública, lançou uma campanha denominada “Aliança Mundial pela Segurança do Paciente” e vem promovendo a disseminação de conhecimentos sobre o assunto (5).
Uma indagação subjacente aos incidentes relacionados à gestão da prática assistencial é a seguinte: quem são os responsáveis por eles? A lembrança imediata recai nos médicos. Contudo a moderna jurisprudência sustenta a tese de que as organizações de saúde, pelo princípio da solidariedade, são tão responsáveis quanto os profissionais que nela trabalham, sejam eles contratados ou não, o que ressalta a responsabilidade das instituições hospitalares em face dos pacientes, internados ou não (6). Na atualidade, portanto, a função corporativa inclui necessariamente a segurança do paciente e, por extensão, a qualidade assistencial (7).
O presente artigo expõe as dificuldades que os gestores se deparam para assumirem responsabilidades pela segurança do paciente e a qualidade assistencial, bem como as idéias que fundamentam essas obrigações como uma atribuição da alta direção.
A separação problemática entre negócio e cuidado do paciente
Ao se examinar as organizações de saúde a partir de uma visão administrativa, nota-se que são formadas por duas partes indissociáveis, como a cara e coroa de uma moeda De um lado, a gestão do negócio; do outro, a gestão da assistência. Pelas peculiaridades desse macrossistema, os gestores necessitam de uma habilidade excepcional para harmonizar interesses e vontades entre os que atuam em cada uma dessas partes, as quais inexoravelmente precisam operar de forma simultânea e interativa (8), para alcançar os melhores resultados.
A visão tradicional de governança hospitalar propõe que os gestores se ocupem apenas – ou primariamente – da saúde financeira e da reputação das organizações de saúde que administram (9). Nesse modelo de interpretação administrativa se destaca a clássica dicotomia: os gestores se dedicam aos aspectos econômico-financeiros, enquanto os médicos, e secundariamente os enfermeiros, cuidam da segurança do paciente e da qualidade assistencial. Essa concepção fazia sentido quando as ferramentas da medicina se resumiam, praticamente, à inteligência dos médicos, à empatia dos enfermeiros e a uns poucos procedimentos cirúrgicos (medicina intuitiva e empírica), onde os riscos oriundos da falta de coordenação das ações assistenciais e da ausência de sistemas de segurança eram pequenos - até desprezíveis (10).
Na moderna visão de governança hospitalar os gestores das organizações prestadoras de serviços de saúde lidam com um sistema organizacional interdependente, cada vez mais complexo, formado por quatro partes (1): a) proposição de valor (produtos e serviços assistenciais); b) recursos (pessoas, tecnologia, produtos, instalações, equipamentos); c) processos (formas habituais de trabalho); d) fórmula de lucro (ativos e estrutura de custos, margens, escala e velocidade necessários para cobri-los). Assim, tem-se que a ocorrência de defeitos em um desses elementos influencia a segurança do paciente e a qualidade assistencial. Por exemplo, a experiência obtida no cotidiano das atividades médico-assistenciais revela que se eleva a chance de um incidente de segurança do paciente quando os serviços de saúde são ofertados através de componentes estruturais inapropriados (pessoas, materiais, medicamentos, instalações, equipamentos) e por processos precariamente desenhados.
A maneira dicotômica de perceber o funcionamento das organizações de saúde tem fomentado a propensão deformada de se acreditar que a assistência é superior à administração, quando na verdade são sistemas interdependentes e indissociáveis. A complexidade assistencial evidencia que o posicionamento dualista necessita ser superado, uma vez que se constitui em fator de risco para os pacientes, profissionais e organizações de saúde.
O lento despertar para a segurança do paciente
Embora aparentemente paradoxal, o avanço da medicina se acompanhou de um aumento dos riscos na assistência médico-hospitalar. Essa questão, entretanto, tardou para despertar o interesse dos médicos e gestores. Conforme Wachter (10), quatro motivos contribuíram para a lentidão em compreender o aumento dos riscos assistenciais: a) o modelo mental obsoleto para entender as falhas e incidentes médico-assistenciais; b) a desatenção coletiva pela segurança do paciente; c) uma forma de remuneração das fontes pagadoras que não leva em conta a segurança do paciente e a qualidade assistencial; d) uma estrutura organizacional fragmentada.
a) Modelo mental obsoleto para o entendimento das falhas e incidentes médico-assistenciais
Antes da publicação do relatório “Errar é humano...” (11), preponderava a concepção que falhas e incidentes médico-assistenciais decorriam basicamente da ação de um ou mais profissionais (quase exclusivamente médicos) que, por princípio, deveriam ser identificados e punidos. A suposição era de que o castigo reduziria a incidência desses fenômenos. Essa mentalidade, fortalecida tanto nos cursos de medicina quanto nos de enfermagem, e apoiada por um sistema judiciário de responsabilização pelo erro, tem-se mostrado de efeito limitado à medida que aumenta a complexidade das ações médico-assistenciais. Além disso, percebeu-se que incentiva o encobrimento desses eventos dolorosos. A cultura da responsabilização individual, portanto, demarcou um contexto que compreende os relatos de incidentes assistenciais como uma atribuição das “maçãs podres” – os péssimos profissionais -, não apenas pela mídia, mas pelos pacientes e os próprios médicos (12). Embora esse método seja gerencial e legalmente conveniente, tem pouco ou nenhum valor corretivo, além do que isola o profissional errante da situação em que os atos não seguros aconteceram (12).
O relatório “Errar é humano...” trouxe uma nova forma de interpretação para os eventos assistenciais que prejudicam os pacientes. Destacou que a maioria das falhas e incidentes derivava de processos e sistemas defeituosos, e não de ações específicas dos indivíduos (11), como habitualmente se julga. Também propôs que a maneira mais plausível de se reduzir falhas e incidentes assistenciais seria efetuando modificações nos sistemas e processos. Naturalmente que os profissionais negligentes, imprudentes ou imperitos não desapareceram, mas a evidência dos fatos ensina que os incidentes não são devidos exclusivamente a eles (13).
b) Desatenção coletiva para a segurança do paciente
Quando se considera o aspecto segurança nas organizações de saúde, e se tenta efetuar uma comparação com outros segmentos, como a aviação, as usinas nucleares e os poços petrolíferos, frequentemente se destaca a idéia que são “diferentes”. Esse posicionamento promove o desinteresse em não aprender com as organizações de alta confiabilidade, as quais possuem experiência e ferramentas que podem ser adaptadas ao ambiente assistencial, ou suscitar idéias sobre como reduzir a chance de incidentes de segurança do paciente (14). De fato, as organizações de saúde possuem especificidades, porém esse argumento não pode ser utilizado como uma impossibilidade de aprendizado com organizações de outros setores que são exemplares em segurança.
c) Forma de remuneração das fontes pagadoras que não leva em conta a segurança do paciente e a qualidade assistencial
Hospitais e médicos são remunerados pelas fontes pagadoras sem que se leve em conta a segurança da assistência prestada (15). A forma de remuneração não gera incentivo para investir em segurança do paciente e qualidade assistencial. Assim, em muitas situações ocorre o oposto, ou seja, os incidentes levam a maiores receitas através de mais exames, mais dias de internação e mais procedimentos.
Via de regra as operadoras de saúde restringem suas escolhas aos prestadores de serviços que oferecem maiores descontos, e não aos que demonstram melhores resultados (16). Eis uma das possíveis áreas em que as fontes pagadoras podem contribuir no sentido de elevar o grau de segurança do paciente e qualidade assistencial. Embora não haja comprovação indiscutível de que uma política de segurança do paciente e da melhoria da qualidade assistencial contribuam para a redução de gastos, há uma suposição plausível de que isso possivelmente ocorra (16).
d) Estrutura organizacional fragmentada
Como regra, a estrutura organizacional separa os médicos do resto do hospital, e origina linhas de divergência que impedem a integração de ações que poderiam fortalecer a segurança do paciente e a qualidade assistencial (17). Isso resulta em serviços desarticulados, falhas de comunicação, coordenação aleatória das ações assistenciais, além dos médicos raramente se reunirem para discutir os cuidados prestados. Pelo menos parte dessa peculiaridade da assistência à saúde se relaciona com a questão da autonomia dos médicos, a qual necessita ser revisada para que não se constitua um obstáculo ao aumento da segurança do paciente.
À época em que os médicos eram auto-suficientes, a capacidade de causar dano pela dicotomia organizacional era relativamente pequena. O avanço da medicina, no entanto, levou a uma indispensável cooperação entre médicos e gestores, o que pressupõe uma estrutura organizacional unificada (17). Os médicos que entendem a prática da autonomia não como um direito soberano e isolado de fazer o que a consciência manda, mas como uma atitude que leva em conta o contexto no qual ocorrem as ações médico-assistenciais e os benefícios aos pacientes, aumentam a segurança do paciente e a qualidade da assistência.
Atualmente, os processos judiciais acionados por pacientes, que se sentem prejudicados pela assistência recebida, são julgados pelos juízes na base da responsabilização dos médicos e das instituições nas quais atuam. O argumento se baseia no pressuposto de que estas últimas são partícipes dos atos médico-assistenciais pelo princípio da solidariedade (6). Assim, tem-se uma ação originada no poder judiciário que sinaliza a necessidade de integração entre médicos e organizações de saúde quanto à responsabilidade dos cuidados prestados aos pacientes, e manifesta a seguinte presunção: não há atividade médico-assistencial complexa sem a responsabilidade do hospital e vice-versa. Esse aspecto tem implicações práticas para os gestores que precisam identificar e dispor de mecanismos que protejam os pacientes, os médicos e suas instituições de fenômenos que possam colocar em perigo assistencial os pacientes atendidos.
Conceito de segurança do paciente
Existem vários conceitos sobre segurança do paciente, até porque se trata de uma ciência nova no âmbito da assistência à saúde. Para efeito de exposição do tema nesse artigo, utiliza-se o conceito do dicionário canadense de segurança do paciente (18):
Segurança do Paciente é a redução e a mitigação de atos não seguros no sistema de assistência à saúde, assim como a utilização das melhores práticas que conduzem a resultados ótimos para o paciente.
Esse conceito se revela útil, principalmente pelo caráter prático: reduzir situações indesejáveis decorrentes da assistência ao paciente e, no caso da ocorrência, dispor de medidas que limitem o dano e restrinjam a chance de repetição do fenômeno. A segurança do paciente, portanto, alude à extensão em que um serviço de saúde pode minimizar um dano inadvertido e evitar riscos potenciais para o paciente.
O quadro 1 relaciona alguns dos eventos de segurança do paciente que são, na sua maioria, de conhecimento público, e que até a pouco se considerava de estrita responsabilidade dos médicos e, secundariamente, dos enfermeiros.
Os gestores podem selecionar, de acordo com o perfil de suas organizações de saúde, os eventos de segurança do paciente que considerarem mais oportunos, monitorá-los periodicamente, examinar as causas e desenvolver estratégias que reduzam os mesmos ao longo de um determinado período.
Cabe destacar que toda organização de saúde, por mais bem estruturada que seja, exibirá incidentes médico-assistenciais, porém a diferença residirá na freqüência e forma de abordá-los. A tese é de que as organizações de saúde bem estruturadas são capazes de aprender com as falhas e incidentes assistenciais, resultando na prestação de serviços cada vez mais seguros.
Acreditação e regulação
Tem-se como truísmo que os fatores organizacionais afetam a segurança do paciente, porém ainda não se desfruta da mesma clareza sobre o que é mais relevante. Dois mecanismos adquirem importância como catalisadores da segurança do paciente na atualidade: a acreditação e a regulação pública (19)). Ambos se dirigem primordialmente à forma como os cuidados devem ser prestados aos pacientes nas organizações de saúde. A acreditação, como uma avaliação externa baseada em padrões previamente estabelecidos (20) e com caráter voluntário, enquanto a regulação, um instrumento de exigência governamental com força compulsória (21).
Presume-se que as organizações de saúde com certificado de acreditação sejam mais seguras, ou que pelo menos se encontram mais preparadas para identificar, com maior presteza, falhas e incidentes e, deste modo, abordarem estes eventos de forma produtiva.
Responsabilidade dos gestores sobre a segurança do paciente
Até recentemente, os gestores focalizavam suas responsabilidades predominantemente sobre as questões econômicas, em detrimento da qualidade e segurança, por duas razões (17): a) os executivos tinham poucos incentivos para se importarem com a segurança do paciente e a qualidade assistencial; b) a maioria dos executivos hospitalares acreditava que não podia lidar com questões de qualidade por não serem médicos e possuíam primariamente experiência em negócio ou finanças. Na atualidade, contudo, há gestores hospitalares médicos que obtiveram preparo técnico em gestão. O fato mais relevante é que a prática institucional demonstra, por exemplo, que não há necessidade do gestor saber qual o medicamento utilizado no enfarte do miocárdio (até porque essa é uma função básica do médico); o que ele necessita dominar são os elementos que, gerencialmente, interferem, para o bem ou para o mal, na assistência de urgência de um paciente cardíaco.
Os hospitais que alcançam a certificação denominada acreditação apresentam, como regra, uma cultura de colaboração entre os que atuam nos diversos serviços, setores e unidades (22). Observa-se nessas instituições um clima em que os médicos reconhecem que a assistência é melhor e mais segura quando eles cumprem procedimentos-padrão, ao invés de levar o hospital aos procedimentos customizados, os quais são reconhecidamente ineficientes e propensos às falhas e incidentes (17). A interdependência, ao invés de ser uma moda como alguns alegam, representa uma necessidade para que a assistência seja mais segura, com mais satisfação para os pacientes e ao menor custo possível (17).
Talvez o componente mais visível do compromisso dos gestores com a segurança do paciente se relacione com a tendência das operadoras negarem o pagamento para as condições adquiridas no hospital associadas ao tratamento (23). Tal fenômeno já ocorre nos EUA e a primeira lista de condições adquiridas no hospital inclui os seguintes eventos adversos: eventos cirúrgicos (infecções e retenção de corpo estranho), escaras, embolia aérea, incompatibilidade sanguínea, infecções associadas a cateteres, injúrias hospitalares, trombose de veia profunda e controle deficiente de glicemia (23). Não será surpreendente que em breve as operadoras de saúde adicionem à “lista de condições não pagáveis” outros eventos adversos.
Desafios para os gestores
Os gestores das organizações de saúde enfrentam enormes desafios para conduzirem políticas de segurança do paciente e qualidade assistencial. Embora a disposição natural dos gestores seja a de assumirem uma atitude reativa diante de eventos indesejáveis decorrentes de falhas assistenciais, acredita-se que alguns passos podem ser dados proativamente para preveni-los (24): melhorar o acesso à informação, padronizar e simplificar processos e proporcionar treinamento periódico aos colaboradores.
Além dos aspectos já referidos, eis alguns pontos que devem ser considerados e abordados de forma consistente pelos gestores, a fim de concretizar um plano de segurança e qualidade assistencial.
· Selecionar alguns indicadores de segurança do paciente e qualidade assistencial
Os gestores devem identificar em torno de 10 a 12 indicadores (17). Isso permitirá concentrar esforços e aprender mais rapidamente sobre questões de segurança e qualidade assistencial. Como regra, os indicadores devem cobrir uma ampla base com vários níveis da segurança e a qualidade, Por exemplo, as organizações, como ponto de partida, podem dividir os indicadores em três categoriais: a) medidas de qualidade amplamente conhecidas do público em geral (taxa de mortalidade, taxa de infecção hospitalar), b) medidas relacionadas com a segurança do paciente (vide quadro 1), c) medidas de experiência dos pacientes (grau de satisfação dos pacientes).
· Comprometer pacientes e familiares
Algumas organizações começam a abordar pacientes e familiares, de diversas formas, quando ocorre um incidente médico-assistencial. Por exemplo, convidar pacientes que foram acometidos por um incidente assistencial, bem como seus familiares, para participarem de uma reunião com os gestores a fim de que narrem o que vivenciaram (25). Consiste em uma medida de difícil aplicação na cultura nacional, a qual exige grande preparo dos gestores em lidar com situações de conflito. O relatório “Errar é humano...” (11) preconiza que os pacientes sejam considerados como membros da equipe de saúde e, consequentemente, devem ser envolvidos no processo assistencial. O termo de consentimento informado e esclarecido adquire um papel essencial nesse contexto.
· Atrair os médicos para a qualidade e segurança
Algumas organizações têm criado ambientes não punitivos que acolhem o relato de incidentes (15). Outros constroem uma estrutura de captação de relatos de incidentes que analisa e devolve a interpretação dos achados aos profissionais envolvidos nos mesmos, cujo propósito é promover a correção das falhas identificadas que conduziram ao evento assistencial indesejável. Também se constitui em uma medida de difícil aplicação, uma vez que os médicos se sentem frequentemente ameaçados com a possibilidade de que as informações relatadas sejam utilizadas contra eles. Há necessidade, portanto, de um ambiente em que predomine uma cultura acolhedora da segurança e qualidade dentro das organizações de saúde, além de modificações legais que protejam os profissionais que comuniquem os incidentes.
Conclusões
Constitui-se um princípio fundamental dos gestores que as organizações de saúde sejam seguras para os clientes/pacientes, visitantes, médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, bem como para o meio ambiente. Essa função exige que os gestores priorizem a melhoria contínua e atuem como catalisadores de interesses divergentes, os quais costumeiramente elevam o risco de problemas de segurança dos pacientes e diminuem a qualidade assistencial. Ou seja, as organizações de saúde com muitos conflitos apresentam uma maior chance de incidentes e uma menor qualidade assistencial.
Há, no cenário nacional, uma lenta e progressiva tendência dos gestores hospitalares - principalmente das organizações portadoras de certificado de acreditação - de assumirem, corporativamente, a responsabilidade pela segurança do paciente e qualidade assistencial. A segurança implica limites na estrutura e nos processos, isto é, ela depende do sistema como um tudo. Assim, os gestores devem reconhecer que uma organização prestadora de serviços de saúde se constitui em um conjunto de seguranças, assistenciais e administrativas, que se fortalecem mutuamente, com o propósito de transmitir uma imagem de confiabilidade para os clientes/pacientes, profissionais de saúde e o público em geral. E é disso que depende, em grande parte, o prestígio institucional angariado pelos serviços prestados ao longo do tempo.

Autor: Antônio Quinto Neto



Cobertura em Saúde no RS e Brasil

Análise do número de profissionais da saúde nos anos de 1996, 2006 e 2007

Em 2008, o portal SIS.Saúde veiculou um artigo intitulado “Dados preliminares acerca dos Recursos e Cobertura em Saúde no RS e Brasil” (http://www.sissaude.com.br/sissaude/inicial.php?case=2&idnot=139), com o objetivo de fornecer um material auxiliar para a tomada de conhecimento das condições de saúde no Estado, com base nos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde (IDB, 2007).

Um ano após a publicação desse material, é pertinente expor o estado atual desses dados, uma vez que está disponível para consulta o IDB 2008, no site do Datasus. Nosso intuito é apontar melhorias e consequentes resultados de investimentos no setor, bem como para atentar possíveis mudanças negativas para a saúde brasileira.

Nesse artigo, serão apresentados os dados relativos aos profissionais da área médica, odontológica, farmacêutica, nutrição e enfermagem. No próximo artigo, serão analisados os gastos e recursos em saúde, também com base no relatório IDB 2007.
Médicos

Gráfico 1 – Número de médicos no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.

O gráfico 1 ilustra um crescimento discreto no número de profissionais médicos por 1.000 habitantes, tanto no RS quanto no Brasil. No RS, entre 2006 e 2007, houve um aumento de 631 novos profissionais, mantendo o estado na quarta posição em número absoluto de médicos.

Gráfico 2 – Número de enfermeiros no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.

Embora o Estado do Rio Grande do Sul tenha caído da terceira para a quarta posição no número absoluto de profissionais de enfermagem, observa-se que, entre 2006 e 2007, o estado contou com um acréscimo de 3.284 profissionais de enfermagem.

Conforme ilustra o gráfico, o crescimento desde 1996 dessa variável é mais expressivo no RS do que no Brasil.

Gráfico 3 – Número de odontólogos no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.

Brasil e Rio Grande do Sul apresentam taxas praticamente similares no que tange à proporção de dentistas para cada 1.000 habitantes. Embora tenha ocorrido um aumento, em número absoluto de profissionais, na casa dos 0,25% no Rio Grande do Sul, esse índice não foi suficiente para evitar a queda na comparação 2006-2007.

O Rio Grande do Sul é o quinto estado em número absoluto de profissionais odontólogos.

Gráfico 4 – Número de técnicos de enfermagem no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008.

De acordo com o gráfico acima, é possível perceber um crescimento expressivo no número de profissionais técnicos de enfermagem por 1.000 habitantes, tanto no RS quanto no Brasil. No ano de 2007, o Rio Grande do Sul apresentou 54.004 técnicos em enfermagem, ficando apenas atrás do Rio de Janeiro em termos de números absolutos. No ano de 2006, o Rio Grande do Sul liderava esse ranking.

Entre 2007 e 2008, 16.408 novos técnicos de enfermagem foram identificados no Rio Grande do Sul, o que corresponde a um crescimento de 143%.

Gráfico 5 – Número de auxiliares de enfermagem no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.

O Brasil apresenta uma taxa de profissionais auxiliares de enfermagem superior ao Rio Grande do Sul, que era líder até o ano de 2006. Ainda sobre o RS, verifica-se estabilidade na taxa entre 2006 e 2007, segundo dados do Datasus.

Gráfico 6 - Número de farmacêuticos no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.



O gráfico 6 indica uma queda mínima, tanto no RS quanto no Brasil, no que tange à proporção de profissionais farmacêuticos a cada mil habitantes.

Gráfico 7 - Número de nutricionistas no Brasil e RS por 1.000 habitantes. Fonte: IDB Brasil 2008 e SIS.SAÚDE 2008.

Segundo dados expressos no gráfico 7, o Estado do Rio Grande do Sul apresenta uma maior taxa, a cada 1.000 habitantes, do número de profissionais nutricionistas em relação ao Brasil.

Considerações Finais

O objetivo desse estudo é subsidiar o conhecimento, tanto da população em geral quanto de órgãos públicos, da disponibilidade de profissionais da saúde em determinada localização geográfica, num dado período de tempo. Tal conhecimento pode contribuir às políticas de atenção à saúde, uma vez que possibilitam um diagnóstico de possíveis carências e indicam tendências observadas em demais localidades.

O próprio Ministério da Saúde afirma que inexistem padrões validados de proporção esperada para uma condição ideal de saúde, sendo que tais dados podem sofrer, ainda, interferência de uma série de fatores, como a alocação de profissionais em distintas funções, problemas na transmissão de dados entre órgãos representativos e governo, entre outros.

Limitações a parte, fato é que se pode observar um crescimento expressivo dos índices de saúde no Rio Grande do Sul, como o aumento de 143% do número de profissionais técnicos de enfermagem. Enquanto o a taxa de auxiliares de enfermagem manteve-se estável, houve crescimento ainda na proporção de médicos, enfermeiros e nutricionista, com uma pequena queda nas taxas proporcionais de odontólogos e farmacêuticos.

Fontes

IDB 2007 - Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (SGTES): Sistema de Informações de Recursos Humanos para o SUS – SIRH (a partir dos registros administrativos dos conselhos profissionais) e base demográfica do IBGE.

SIS.SAÚDE - Dados preliminares acerca dos Recursos e Cobertura em Saúde no RS e Brasil. Disponível em: http://www.sissaude.com.br/sissaude/inicial.php?case=2&idnot=139 . Acesso em 19 set. 2009.


Autor: Vide Referências
Fonte: SIS.Saúd