COISA DE PELE









Química. Se olhar no dicionário, não tem - pelo menos no sentido que estamos falando. A maior parte das pessoas se atrapalha ao tentar explicar o que é, mas, felizmente, já sentiu a tal da química estando na presença de alguém especial. Os sintomas mais frequentes são taquicardia, arrepio dos pelos do braço, suor, mãos geladas. É o anúncio de que o beijo vai encaixar - depois braços, pernas e o corpo inteiro debaixo dos lençóis. Entenda como funciona esse negócio de química.

Para começo de conversa, falamos com o psicólogo e sexólogo Job dos Reis. Ele explicou que nós, seres humanos, carregamos nos genes informações ligadas a comportamentos primitivos essenciais à preservação e melhoria de nossa espécie. "Isso explica nosso comportamento em situações quando apenas visualizamos uma pessoa e já sentimos um forte desejo, sem ter trocado sequer uma palavra com ela", afirma Job, sinalizando que nesse momento entram em ação os feromônios. "A palavra ‘feromônio' vem das palavras gregas ‘phéro e ‘hormôn', que juntas significam ‘trazer excitação'", explica o sexólogo.

“Na fase da atração ou da paixão romântica perdemos a capacidade de pensar racionalmente”

Contudo, ter uma química boa não é determinante para começar ou terminar um relacionamento. "Como seres racionais (pensantes) não somos guiados apenas por instintos. Em algum lugar do nosso subconsciente existe um modelo de parceiro ideal para o amor", pondera. Job ressalta que feromônios, aparência física e a idéia do que buscamos em um parceiro, aliados aos hormônios testosterona e estrogênio, são fatores importantes para definir nossos desejos: "São estas substâncias químicas que criam o desejo de experimentar o ‘amor'".

Segundo Job, na fase da atração ou da paixão romântica perdemos a capacidade de pensar racionalmente. "Não somos capazes de enxergar os defeitos do outro, o idealizamos e sentimos frio na barriga e aceleramento do ritmo cardíaco. Tudo isso faz parte da nossa bioquímica, ou seja, da dopamina, norepinefrina e feniletilamina", define o sexólogo.


Entenda:


- Dopamina - Considerada o "elemento químico do prazer", produz a sensação de felicidade. - Norepinefrina - Semelhante à adrenalina, provoca aceleração dos batimentos cardíacos coração e excitação.

Juntas, as duas substâncias provocam, entre outras coisas, hiperatividade e falta de sono. "Isso explica porque as pessoas ficam tão focadas no relacionamento e deixam de lado todo o resto", exemplifica Job.

Quando a temperatura aumenta, chega a hora do sexo. "As substâncias importantes nesta fase são a oxitocina, a vasopressina e a endorfina, que são liberadas quando fazemos sexo", explica Job.


Entenda:


- Oxitocina - Hormônio que está associado à habilidade de manter relacionamentos interpessoais e laços psicológicos saudáveis com outros indivíduos. "Ao ser eliminada durante o orgasmo, ela começa a criar um laço emocional: quanto mais sexo, mais forte o laço", explica Job.
- Vasopressina - Hormônio antidiurético, é outra substância associada à formação de relacionamentos duradouros e monogâmicos.
- Endorfina - Garante a sensação de bem estar e segurança

Tais hormônios fazem com que o relacionamento dê mais um passo: você começa a enxergar os defeitos do outro - droga! "Você fica se perguntando por que ele mudou. Na verdade, ele provavelmente não mudou nada: é você que agora consegue enxergá-lo racionalmente, sem o filtro dos hormônios do amor cego e apaixonado", ensina Job, sublinhando que, nessa fase, ou a relação se consolidou ou simplesmente termina.

Feromônio, dopamina, vasopressina, somos íntimas de todos eles. Sabemos dizer quando rola e quando não rola química, apenas não sabíamos a nomenclatura adequada. Quem nunca sentiu literalmente na pele as emoções do "toque mágico"? Ouvimos a opinião de 'leigos' na teoria e 'mestres' na prática:

"Ter química com alguém é ter atração imediata. É sentir muito tesão pela outra pessoa e o sexo nunca ficar chato. O coração bate mais rápido. Você sente a pele da mulher como se fosse a seda mais cara do mundo. O gosto do beijo é sempre muito bom. Gosto, toque, cheiro, tudo fica perfeito", diz o jornalista Bernardo Barretto, 29.

“Ter química é se entender com o outro de forma primária, animal, uma ligação que se faz pelos cinco sentidos”

"Química é quando parece que aquela peça se encaixa na sua, saca? Quando o toque é quente, dá tesão. Tem também o visual: rola química quando você olha para um homem e já fica com vontade de beijar ele inteiro", diz a produtora de cinema Fernanda de Souza, 31.

"Ter química é se entender com o outro de forma primária, animal, uma ligação que se faz pelos cinco sentidos: paladar (beijo), tato (pega), olfato, audição (sensualidade da voz) e visão (atração visual). Provoca tremedeira, suor, nervosismo, tesão, agressividade", define o professor Leonardo Magalhães, 33.

"Química é quando só de lembrar como foi o encontro dá um nó no estômago. E quando você vê de novo a pessoa, já quer ir logo beijando. O toque é bom e a pele fica toda arrepiada. Os beijos são intermináveis. E o cheiro da pessoa fica na sua memória por dias", explica a funcionária pública Marli Dias, 30.

Colocados os pingos - e até o acento agudo - no 'is' da cobiçada química, o negócio é curtir tudo o que se tem direito quando ela der as caras. Além da química, o relacionamento envolve ainda uma série de emoções. "Para sua união ser prazerosa e duradoura não depende unicamente da química, mas também de você ser forte e persistente em enfrentar e suportar uma série de desafios e problemas comuns aos relacionamentos", finaliza o psicólogo e sexólogo Job dos Reis.






Prontuário pessoal de saúde ou prontuário eletrônico do paciente é um documento compilado e mantido pelo paciente sobre sua sáude.
Imagine uma maneira de reunir todas suas informações médicas e de saúde de forma segura e vitalícia.
Imagine que estas informações evoluissem junto com você, permitindo um acompanhamento no decorrer dos anos.
Imagine que você pudesse compartilhar estes dados com médicos e profissionais de saúde de sua confiança.
Em breve isto não será mais imaginação. O futuro da saúde está caminhando nesta direção: A trasnferência da responsabilidade pela saúde será principalmente do paciente. E nada mais justo, pois trata-se do principal interessado!
Atualmente, toda vez que você consulta um médico, visita um hospital, realiza exames ou visita outros profissionais de saúde um registro desta visita é criado.
Originalmente este registro foi batizado de prontuário médico. Segundo Resolução nº 1.638/2002 do Conselho Federal de Medicina em 2002, http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1638_2002.htmArt. 1º – Documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo.Complementado pela definição de seu responsável:
Art. 5º, item I – Assegurar a responsabilidade do preenchimento, guarda e manuseio dos prontuários, que cabem ao médico assistente, à chefia da equipe, à chefia da Clínica e à Direção técnica da unidade.Apesar de sua definição delegar a responsabilidade técnica pelo prontuário ao médico, outros profissionais de saúde também o utilizam para registrar informações de maneira a formar um documento em prol da saúde do indivíduo.
Outro detalhe é que ainda que a responsabilidade pela guarda seja do médico, a propriedade do prontuário é do paciente.
O prontuário médico vem evoluindo e hoje já existem várias versões eletrônicas. Mas existia uma necessidade de informações de saúde fossem acessadas com mais facilidade pelo paciente, e que este também tivesse a chance de contribuir com algumas informações pessoais relevantes.
Nasceu então o Prontuário Pessoal de Saúde (PPS), originalmente nos EUA com o nome de Personal Health Record (PHR). Este prontuário é compilado e mantido pelo paciente, mas pode interagir e compartilhar informações com o prontuário médico afim de aprimorá-lo.
Não trata-se de um substituto ao prontuário médico, mas sim uma ferramenta para que cada indivíduoposso contribuir com gerenciamento da própria saúde e qualidade de vida.
O prontuário pessoal de saúde serve como:
Base para planejar tratamentos e cuidados de saúde
Meio pelo qual médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde podem interagir sobre as necessidades dos pacientes
Documento de valor legal que descreve os tratamentos e cuidados recebidos pelo paciente
QUERIDOS ANDEI AFASTADA DO BLOG, POIS ESTOU REALIZANDO CUIDADOS ASSISTENCIAIS A UM FAMILIAR, QUE SOFREU UM AVC ISQUÊMICO.
ESTOU FORA DE MINHA CIDADE (300 KM), DISTANTE DE MEUS PERTENCES, ETC...
MAS ASSIM QUE APARECE OPORTUNIDADE ESTAREI POSTANDO.


Foto: Reprodução

O robô interativo "JoAn, L’HOME DE CARN", de 1992, desenhado e construído pelo catalão Marcel.lí Antúnez Roca (Foto: Reprodução

Marcel.lí Antúnez Roca

Um dos fundadores do grupo teatral vanguardista La Fura Dels Baus, criado na Catalunha, Marcel.lí faz performances com o corpo desde os anos 80. Ele representa ciborgues e robôs, e oferece o próprio corpo como plataforma para obras interativas, em que recorre a projeções ligadas a pulsos elétricos que deformam sua aparência, entre outros efeitos. Esteve no Brasil em 1991 com a cia. de teatro, no espetáculo "SUZ/O/SUZ", e voltou solo em 2006 como destaque da mostra de arte eletrônica FILE, em SP, onde apresentou a performance "Epizoo", que teve fila na porta.




Foto


A francesa Orlan num dos trabalhos de "African Self-Hybridization". O implante fixo que ela tem no rosto aparece sobre a sobrancelha (Foto: Reprodução)


Orlan

"Amo seu pâncreas, e o formato do seu fêmur me excita", publicou a francesa Orlan em seu manifesto "Carnal art" (arte carnal), em meados dos anos 90. Nascida em 1947, a performer consagrou seu trabalho ao filmar e transmitir ao vivo para instituições de arte em diversos países nove implantes cirúrgicos que fez no próprio corpo ("Observo meu corpo sendo cortado e não sofro!", diz o manifesto). Atualmente, o corpo em si é a plataforma de trabalho de Orlan, que já foi poeta, atriz, pintora e dançarina, e, na atual fase, posa para fotografias temáticas. Observe um dos implantes sobre a sobrancelha dela, na foto.


Foto: Reprodução

Obra sem título, da série "Body Builders", do paulistano Alex Flemming (Foto: Reprodução)

Alex Flemming
Desde os anos 80, o artista paulistano radicado em Berlim retrata ou utiliza o corpo humano, ora como o próprio tema, ora como meio para outras discussões. Além de nortear a série recente de fotografias manipuladas "Body builders" (são mapas de regiões em conflito aplicados sobre fotos de humanos), o corpo aparece na tela "Torso", de 1983, um peito masculino nu, e, ainda, nos outdoors da estação Sumaré do Metrô paulistano. Obras de Flemming podem ser vistas no Masp (tel.: 11 3251-5644) até 1º de abril.



Foto: Reprodução
Butcher Boys" (meninos açougueiros, em tradução livre) de Jane Alexander (Foto: Reprodução)


Jane Alexander

Uma das artistas de grande destaque na África do Sul, Jane Alexander retrata, em suas esculturas, cenas da vida nas ruas da Cidade do Cabo. Temas como prostituição e violência são recorrentes, como na premiada série "Butcher boys", de 1985, e até mesmo no trabalho que apresentou na 27ª Bienal de Arte de São Paulo, no ano passado. A obra consistia em uma escultura com pernas humanas e corpo de pássaro, remetendo a um homem branco preso em sua casa, cercada de arame farpado. Em seus trabalhoso, Jane usa ossos e chifres reais.


Artistas contemporâneos exploram corpo humano em obras polêmicas.





Os corpos reais plastificados que estão à mostra em SP já provocaram protestos.
Longe desta discussão, artistas contemporâneos usam o corpo humano como inspiração.


Apesar de "Corpo humano - real e fascinante", em cartaz na Oca, em São Paulo, ser uma exposição de caráter essencialmente educativo, como alega o próprio diretor, o médico americano Roy Glover, a versão que a originou e inspirou outras cópias que viajam o mundo foi criada pelo artista alemão Gunther von Hagens, na década de 90.

Von Hagens criou polêmica, inclusive religiosa, ao expor os corpos polimerizados com liberdade artística, montando-os de forma que imitassem grandes obras de arte. Muita gente não gostou da arte de Von Hagens, e a versão "light" da mostra, criada pelo médico Glover, acabou se tornando mais popular.

Se tem quem acredite que corpos humanos reais e arte não combinam, há muitos artistas que usam o corpo para se expressar - seja como suporte para seu trabalho, como o fazem os pintores de corpos e alguns tatuadores, seja como inspiração temática. O G1 selecionou cinco artistas contemporâneos, diferentes entre si, cujo trabalho gira em torno do corpo humano.

Foto: ReproduçãoUma das fiéis esculturas do australiano Ron Mueck (Foto: Reprodução)
Ron Mueck
Faz dez anos que o australiano Ron Mueck fez a primeira destas esculturas que, de tão detalhadas, só lhe rendem dois trabalhos por ano. Obcecado pela idéia de replicar seres humanos com perfeição, depois da morte do pai (a cópia do corpo dele foi seu trabalho de estréia), Mueck criou a mistura de materiais ideal para seu trabalho: silicone, fibra de vídeo, poliéster e resina acrílica, além de cabelo artificial - ele espeta pêlo por pêlo nos "corpos". Aqui, não há absolutamente resquício de corpo humano real, com exceção da aparência.







Médico alemão quer comercializar cadáveres plastificados.

Gunther Von Hagens acredita que encontrará demanda no mercado.
Idéia a fazer cair o preço para 250 mil euros por corte transversal.

O médico alemão Gunther Von Hagens, criador da técnica da plastificação que permite conservar cadáveres humanos e expô-los a todo tipo de posições com seus músculos, ossos ou vísceras à mostra, quer comercializar suas invenções para fazê-las chegar também às mãos de particulares.


Após melhorar mais a técnica da plastificação, a equipe de técnicos em sua oficina da localidade alemã de Guben (leste) já é capaz de "produzir de forma rápida e barata grandes quantidades de alta qualidade", disse Nadine Diwersi, assistente de Von Hagens, ao jornal "Bild" desta segunda-feira (4).


O laboratório do médico oferece atualmente a faculdades de medicina e centros de pesquisa de cortes de cadáveres "plastificados" em amostras longitudinais, da cabeça aos pés, a 12 mil euros (US$ 17.8133) e por cem mil euros (US$ 148.413) os oito cortes que formam um só corpo.


Um cadáver cortado em 230 pedaços transversais é comercializado com fins científicos por 31 mil euros (US$ 46.006).


Os progressos na produção de cadáveres plastificados permitirão vender cortes transversais a 250 mil euros (US$ 371.017) a peça para que qualquer um possa se dar o luxo de exibir uma criação de Von Hagens em seu próprio lar.


Nadine Diwersi explica que os advogados do professor estudam atualmente como comercializar seus inventos sem atentar contra a legislação vigente, que só permite o uso de cadáveres para fins científicos e considera qualquer outra opção uma profanação punida por lei.


A assistente do polêmico professor se mostra otimista ao afirmar que "em três ou quatro meses qualquer um poderá adquirir um corte na internet ou em nosso Plastinarium", a oficina onde Von Hagens prepara os corpos.