CEFALÉIA



ENXAQUECA






A enxaqueca, na realidade, não é apenas um tipo de cefaléia, mas uma síndrome neurológica conhecida desde os primórdios da humanidade, afetando grande parte da população mundial. Caracteriza-se pela presença de dores de cabeça recorrentes, unilaterais ou bilaterais, geralmente de caráter pulsátil, com intensidade de moderada a intensa, precedidas ou não por sinais neurológicos focais denominados de aura. Usualmente é acompanhada de náuseas, vômitos, fonofobia e fotofobia.

As crises podem durar de 4 a 72 horas. Alguns sintomas premonitórios podem aparecer horas ou dias antes da cefaléia, incluindo falta de apetite, hiper-atividade, depressão nervosa, irritabilidade, bocejos repetidos, dificuldades de memória, desejos por alimentos específicos, como chocolate e sonolência.

A dor de cabeça enxaquecosa também pode ser observada nas crianças, nas quais pode se manifestar associada a dores abdominais recorrentes, vômitos cíclicos, tonturas e dores nas pernas.


Se há uma experiência que todos já tivemos pelo menos uma vez é a da "maldita" dor de cabeça. Idosos, jovens, crianças... pessoas de qualquer idade e condição já padeceram dela alguma vez, seja por ter tido febre, uma indigestão, tensão, nervosismo, problemas visuais ou por alguma causa desconhecida à qual não deu maior importância.


Mas em muitas pessoas, a dor de cabeça deixa de ser algo eventual e se transforma em mais que um problema, quase um pesadelo e pode afetar todos os aspectos da vida e chegar a ser torturante.

É o que sucede com a enxaqueca, por exemplo, que consistem numa forte dor intermitente que toma só um lado da cabeça. Um acesso de enxaqueca pode durar entre quatro horas e três dias e, em geral, não se apresenta sem antecedentes prévios de dores de cabeça freqüentes.

Um tipo de dor de cabeça particularmente grave é a cefaléia histamínica ou cefaléia de Horton que ataca somente aos homens durante uns 30 ou 40 dias a cada ano e é muito dolorosa, porque geralmente aparece a noite e não deixa a pessoa dormir. É do tipo que obriga a saltar da cama, a perambular pela casa e dar de cabeça contra a parede; mas felizmente só acomete menos de um por cento das dores crônicas de cabeça.


A aura

A enxaqueca é uma dor de cabeça crônica e segundo estatísticas pode afetar até a 11 por cento da população. Muitas das pessoas que sofrem da enxaqueca experimentam um fenômeno conhecido como aura, que compreende distúrbios visuais do tipo cegueira parcial, visão de pontos luminosos semelhantes a lanterninhas, vagalumes ou "flashes", que brilham e piscam, podendo assumir formas em zigue-zague; podem ser estacionários ou mover-se ao longo do campo visual. Tais distúrbios podem afetar um ou ambos os olhos. A aura é um prenúncio que produzido aproximadamente meia hora antes de um acesso de enxaqueca intensa.

Usualmente a enxaqueca vem acompanhada também de náuseas e vômitos, hipersensibilidade à luz (fotofobia) e vertigem. Inclusive há pacientes com enxaqueca que dizem ter uma sensação de formigamneto ou debilidade nos braços e até perda transitória da visão num ponto determinado, como se tivessem um "ponto cego".

Atuar no momento do aura, buscando repouso num lugar escuro e relaxado, por exemplo, pode permitir que se evite o acesso de enxaqueca, mas nem todas as pessoas que padecem do mal têm antes este "aviso".




A Enxaqueca mexe com todo o nosso organismo, quem não sofre de Enxaqueca pensa que é "só uma dor de cabeça forte". Mas quem sofre sabe que ela mexe com todo o organismo.


Sintomas mais freqüentes (claro que um paciente não sofre de todos esses sintomas).

  • Dor de cabeça de leve a fortíssima.

  • A dor pode ser latejante, pulsátil ou aperto na cabeça.

  • Sensibilidade à luz (Fotofobia).

  • Sensibilidade ao barulho (Fonofobia).

  • Sensibilidade a determinados cheiros (Osmofobia).

  • Náuseas e vômitos.

  • Pontos luminosos no campo visual.

  • Pontos escuros no campo visual.

  • Visão turva, embaçada.

  • Pontos cegos no campo visual.

  • Costuma piorar com movimento e esforço físico.


Causas.

  • A causa da Enxaqueca é genética (a pessoa nasce com essa tendência e geralmente tem mais casos na família)


Fatores desencadeantes: é muito importante o paciente observar quais são seus fatores desencadeantes, isso ajuda demais no tratamento. Fatores desencadeantes da Enxaqueca variam de pessoa para pessoa e na mesma pessoa em diferentes fases da vida. Exemplos:

  • Dormir demais

  • Dormir de menos

  • Comer demais

  • Fome

  • Determinados alimentos (Aspartame !!! Os refrigerantes light e muitos sucos light têm muito Aspartame)

  • Determinados cheiros (alguns pacientes têm ataques de Enxaqueca com determinados perfumes)

  • Alguns queijos

  • Alguns tipos de vinho

  • Alguns tipos de outras bebidas alcoólicas

  • Abstinência de café, por exemplo quem bebe muito café durante a semana e pára de beber no final de semana

  • Esforço físico

  • Stress

  • Ansiedade antecipatória

  • Período pré menstrual

  • Mudança de pressão atmosférica

  • Mudança de tempo de calor para frio


Pródromos, que a pessoa pode sentir antes da dor começar:

  • Mal humor

  • Irritabilidade

  • Zumbido no ouvido

  • Disartria (dificuldade para pronunciar as palavras)

  • Falta de coordenação motora

  • Pressão na cabeça

  • Pressão atrás dos olhos

  • Alterações visuais (leia nos sintomas)


O que a pessoa pode sentir depois que a Enxaqueca passa (além do alívio, é claro) ?

  • Euforia

  • Sono

  • Esgotamento


Freqüência e duração

Enxaqueca é mais freqüente em mulheres do que em homens, pode começar na adolescência e nas mulheres geralmente desaparece na gravidez e na menopausa.

A freqüência das crises de Enxaqueca pode ser diária, semanal, mensal, etc.

Uma crise pode durar de horas a dias.


Diagnóstico da Enxaqueca

  • O diagnóstico é clínico, através da história ou anamnese e do Diário de Enxaqueca.

  • Na Enxaqueca os exames clínicos, neurológicos e de imagem (Tomografia, Ressonância) e de EEG (Eletroencefalograma) são normais.


O tratamento pode ser preventivo e sintomático:

Tratamento preventivo:

  • Eliminar os fatores desencadeantes, quando for possível. Por exemplo, é possível trocar o adoçante, regularizar o sono, os horários de refeições, tratar o stress, etc. mas nao é possível evitar as variações de pressão atmosférica

  • Quando a freqüência é muito alta e atrapalha a vida do paciente, existe uma série de medicamentos que previnem a Enxaqueca (Betabloqueadores, Antidepressivos, Anticonvulsivantes, Lítio, remédios naturais, etc.). Existem muitas opções.

  • Yoga e Meditação, por baixarem o nível de ansiedade.


Tratamento sintomático (na crise):

  • Existem muitas opções, como sempre em medicina elas variam de caso para caso. Seu médico vai explicar e escolher uma delas.

  • Tome o na fase de Pródromos e não depois que a dor começa.


O que você não deve fazer ?

Muitos pacientes se acostumam a tomar diariamente analgésicos e antiinflamatórios sem controle médico. Esses remédios, com uso constante, podem provocar lesão de fígado, de rinse o aparecimento de uma Cefaléia chamada Cefaléia Rebote. Quer dizer que o remédio de dor acaba provocando a dor.

Aí teremos dois problemas, acabar com a Cefaélia de Rebote e com a Enxaqueca...


SITE: http://www.mentalhelp.com/tratar_enxaqueca_em_sao_paulo_com_medico_do_einstein.htm






PSICODÉLICO - PASSADO, PRESENTE, FUTURO



O uso de substâncias psicodélicas pode ser rastreado por milênios, desde o surgimento da história humana. Desde tempos imemoriais, materiais de plantas contendo compostos poderosos capazes de expandir a consciência eram usados para induzir estados de consciência não-ordinários, ou mais especificamente, um subgrupo importante que eu chamo de “holotrópicos”. Estas plantas desempenham papel importante na prática xamânica, em cerimônias de cura aborígene, ritos de passagem, mistérios da morte e renascimento e várias outras tradições espirituais. As culturas nativas anciãs que usavam materiais psicodélicos os tinham em grande estima e os consideravam sacramentos, “carne dos deuses” (Schultes, Hofmann and Raetsch 2001).

Grupos humanos que tinham a disposição plantas psicodélicas se aproveitaram de seus efeitos enteogênicos e as usaram como principais veículos de seus rituais e de suas vidas espirituais. As preparações feitas com estas plantas mediavam para estas pessoas contato experiencial com as dimensões arquetípicas da realidade: divindades, reinos mitológicos, animais poderosos, forças numinosas e aspectos da natureza.

Outra área importante na qual estados induzidos por psicodélicos desempenharam papel crucial foi no diagnóstico e na cura de diversas desordens. A literatura antropológica também contém muitos relatos indicando que as culturas nativas usavam psicodélicos para melhorar a intuição e a percepção extrasensorial para uma variedade de objetivos divinatórios e práticos, como encontrar pessoas e objetos perdidos, obter informação de pessoas em locais remotos e seguir os movimentos dessas pessoas durante a caça. Experiências psicodélicas também serviram como fonte importante de inspiração artística, fornecendo idéias para rituais, pinturas, esculturas e músicas.

Na história da medicina Chinesa, relatos sobre substâncias psicodélicas podem ser encontrados por aproximadamente 3 mil anos. A lendária poção divina chamada haoma no texto Persa Zend Avesta e como soma nos Vedas na Índia foi usada por tribos Indo-Iranianas a milênios. Os estados místicos de consciência induzidos pelo soma foram provavelmente a principal fonte das religiões Védica e Hindu. Preparações de diferentes variedades de erva foram fumadas e ingeridas sob vários nomes: hashish, charas, bhang, ganja, kif e marijuana – na Ásia, na África e no Caribe para recreação, prazer e durante cerimônias religiosas. Representavam um importante sacramento para grupos diversos como os Indianos Brahmans, algumas ordens de Sufis, anciãos Scythians e os Jamaicanos Rastafaris.

O uso cerimonial de várias substâncias psicodélicas também têm história longa na América Central. Plantas alteradoras de consciência altamente eficazes eram bem conhecidas em várias culturas indígenas Pré-Colombianas – entre os Astecas, Maias e Olmecas. As mais famosas destas são o cacto mexicano Peyote (Anhalonium lewinii), o cogumelo sagrado teonanacatl (Psilocybe mexicana) e a ololiuqui, ou sementes de morning glory (Rivea corimbosa). Estes materiais são usados como sacramentos até hoje por diversas tribos indígenas mexicanas (Huichols, Mazatecas, Cora entre outros) e pela Native American Church.

A famosa yajé ou ayahuasca da América do Sul é uma decocção de um cipó da selva (Banisteriopsis caapi) com outros aditivos de plantas. A área amazônica também é conhecida por uma variedade de rapés psicodélicos (Virola callophylla, Piptadenia peregrina). Preparações do arbusto iboga (Tabernanthe iboga) são usados por tribos Africanas em baixas dosagens como estimulante durante caça a leões e longas canoagens e em altas doses como sacramento ritualístico. Esta lista representa apenas uma pequena fração dos compostos psicodélicos que foram usados por muitos séculos em diversos países do mundo. O impacto das experiências vivenciadas nestes estados na vida cultural e espiritual de sociedades pré-industriais foi enorme.

A longa história do uso ritual de plantas psicodélicas contrasta marcantemente com a relativamente curta história de esforços científicos para identificar seus alcalóides psicoativos, purificá-los e estudar seus efeitos. A primeira substância psicodélica sintetizada quimicamente pura e sistematicamente explorada em condições de laboratório foi a mescalina, o alcalóide ativo do cacto peyote. Experimentos clínicos conduzidos com esta substância nas primeiras três décadas do século XX focavam na fenomenologia da experiência com a mescalina e seus interessantes efeitos sobre a percepção artística e a expressão criativa (Vondráek 1935, Nevole 1947, 1949). Surpreendentemente, eles não revelaram os potenciais terapêuticos, heurísticos e enteogênicos desta substância. Kurt Beringer, autor do influente livro Der Meskalinrausch (Inebriação com Mescalina), publicado em 1927, concluiu que a mescalina induzia um estado de psicose tóxica (Beringer 1927).

Após estes experimentos pioneiros com a mescalina, muito pouca pesquisa foi feita nesta área fascinante até a intoxicação acidental de Albert Hofmann e sua descoberta serendipituosa das propriedades psicodélicas do LSD-25, ou dietilamida do ácido lisérgico, que marcou época. Após a publicação do primeiro artigo clínico sobre o LSD por Walter Stoll no final dos anos 40 (Stoll 1947), este novo composto semissintético derivado do ergot, ativo em quantidades incrivelmente minúsculas de microgramas ou gammas (milionésimo de uma grama) tornou-se uma sensação praticamente da noite pro dia no mundo científico.

A descoberta de poderosos efeitos psicodélicos de doses minúsculas de LSD começou o que se chama “era dourada da psicofarmacologia”. Durante um período relativamente curto, o esforço conjunto de bioquímicos, farmacologistas, neurofisiologistas, psiquiatras e psicólogos foi bem sucedido em estabelecer os fundamentos de uma nova disciplina científica que pode ser chamada “farmacologia da consciência”. As substâncias ativas de diversas outras plantas psicodélicas foram identificadas quimicamente e preparadas em forma pura. Após a descoberta dos efeitos psicodélicos do LSD-25, Albert Hofmann identificou os princípios ativos do cogumelo mágico mexicano (Psilocybe mexicana), psilocibina e psilocina, e também do ololiuqui, ou as sementes de morning glory (Ipomea violacea), que é a monoetilamida do ácido lisérgico (LAE-32), muito próximo ao LSD-25.

O armamentário de substâncias psicodélicas foi então enriquecido pelos derivativos psicodélicos da triptamina: DMT (dimetiltriptamina), DET (dietiltriptamina) e DPT (dipropiltriptamina) – sintetizados e estudados pelo grupo de químicos de Budapeste chefiados por Stephen Szara; o princípio ativo do arbusto africano Tabernanthe iboga, a ibogaína; e o alcalóide do principal ingrediente da ayahuasca, o Banisteriopsis caapi, conhecido pelos nomes de harmalina, yageína e telepatina, também isolados e identificados no século XX.

Nos anos 50, havia disponível aos pesquisadores uma grande variedade de alcalóides psicodélicos em forma pura. Era então possível estudar suas propriedades no laboratório e explorar a fenomenologia de seus efeitos clínicos e potenciais terapêuticos. A revolução iniciada pela descoberta serendipituosa do LSD por Albert Hofmann estava a caminho.

Durante esta época excitante o LSD permaneceu o centro das atenções dos pesquisadores. Nunca antes uma única molécula ofereceu tantas possibilidades em tamanha variedade de áreas de interesse. Para psicofarmacologistas e neurofisiologistas a descoberta do LSD significava o começo de uma era dourada de pesquisa que poderia elucidar mistérios envolvendo neuroreceptores, transmissores sinápticos, antagonismos químicos e as intricadas reações bioquímicas subjacentes aos processos cerebrais.

Psiquiatras experimentais viram no LSD uma oportunidade única para criar um modelo de laboratório para as psicoses naturais, endógenas, que ocorrem naturalmente. Eles esperavam que a “psicose experimental” induzida por minúsculas doses desta substância poderia fornecer insights sem precedentes sobre a natureza dessas desordens misteriosas e abrir caminhos para tratamento. Era repentinamente concebível que o cérebro ou outras partes do corpo pudessem em certas circunstâncias produzir pequenas quantidades de alguma substância com efeitos similares ao LSD. Isto significava que desordens como esquizofrenia não seriam desordens mentais, mas aberrações metabólicas passíveis de se modificar com intervenção química específica. A promessa dessa pesquisa era nada menos que atingir o sonho de clínicos biologicamente orientados, o Santo Graal da psiquiatria – uma cura de tubo de ensaio para a esquizofrenia.

LSD também era altamente recomendado como uma possibilidade de aprendizagem que possibilitaria psiquiatras clínicos, psicólogos, estudantes de medicina e enfermeiras a passar algumas horas num mundo semelhante ao de seus pacientes e como resultado se tornarem mais aptos a entendê-los melhor, a comunicar-se melhor com eles e esperançosamente tratar-los mais eficientemente. Milhares de profissionais de saúde mental se aproveitaram desta oportunidade única. Estes experimentos trouxeram resultados surpreendentes e fascinantes. Não apenas forneceram insights profundos sobre o mundo dos pacientes psiquiátricos, mas também revolucionaram o entendimento da natureza e das dimensões da psique humana e da consciência.

Muitos profissionais envolvidos nestes experimentos descobriram que o modelo atual, limitando a psique a biografia pós-natal e ao inconsciente individual de Freud era superficial e inadequado. Meu próprio mapa pessoal da psique que emergiu destas pesquisas adicionou dois grandes campos transbiográficos – o campo perinatal, relacionado a memória do nascimento biológico, e o nível transpessoal, colhendo os domínios arquetípicos e históricos do inconsciente coletivo como visualizado por C. C. Jung (Grof 1975, Jung 1959). Os primeiros experimentos com LSD também mostraram que as raízes das desordens emocionais e psicossomáticas não eram limitadas a memórias traumáticas da infância, como assumido tradicionalmente por psiquiatras, mas que estas raízes iam muito mais fundo na psique, até as regiões perinatal e transpessoal (Grof 2000). Esta revelação surpreendente foi acompanhada pela descoberta de novos e potentes mecanismos terapêuticos operando nestes níveis da psique.

Usando LSD como um catalizador, se tornou possível estender o alcance da aplicabilidade da psicoterapia para categorias de pacientes outrora difíceis de alcançar – distúrbios sexuais, alcoólatras, viciados em narcóticos e reincidentes criminais (Grof 2001). Particularmente valiosos e promissores foram os primeiros esforços para usar LSD em psicoterapia de pacientes com câncer terminal. Pesquisas com esta parcela da população revelaram que o LSD era capaz de aliviar a dor severa, por vezes até em pacientes irresponsivos a tratamentos com narcóticos. Em grande porcentagem desses pacientes também era possível diminuir ou mesmo eliminar sintomas emocionais e psicossomáticos complicados como depressão, tensão generalizada e insônia, aliviar o medo da morte, melhorar a qualidade de vida durante os dias remanescentes e transformar positivamente a experiência da morte (Cohen 1965, Kast and Collins 1966, Grof 2006).

Para historiadores e críticos de arte, os experimentos com LSD forneceram novos e extraordinários insights sobre a psicologia e psicopatologia da arte, particularmente pinturas e esculturas de várias culturas nativas chamadas “primitivas”, e também de pacientes psiquiátricos, assim como de vários movimentos modernos como abstracionismo, impressionismo, cubismo, surrealismo e realismo fantástico (Roubíček 1961). Para pintores profissionais que participaram de experimentos com LSD, a sessão psicodélica por vezes marcou uma mudança radical em suas expressões artísticas. A imaginação tornou-se mais rica, as cores mais vívidas e seu estilo consideravelmente mais livre. Eles também se tornaram mais capazes de aprofundar-se no inconsciente e abordar fontes arquetípicas de inspiração. Por vezes, pessoas que nunca haviam pintado se tornavam capazes de produzir peças de arte extraordinárias.

A experimentação com LSD também trouxe a tona observações fascinantes, de grande interesse também a líderes espirituais e acadêmicos de religiões comparativas. As experiências místicas frequentemente observadas em sessões de LSD ofereceram um entendimento radicalmente novo de uma variedade de fenômenos do domínio espiritual, incluindo xamanismo, ritos de passagem, mistérios anciãos de morte e renascimento, as religiões e filosofias orientais e as tradições místicas do mundo (Forte 1997, Roberts 2001, Grof 1998).

O fato de que o LSD e outras substâncias psicodélicas eram capazes de desencadear uma grande variedade de experiências espirituais se tornou tema de calorosos debates científicos. Eles se concentravam no problema fascinante sobre a natureza e o valor deste misticismo “instantâneo” ou “químico” (Grof 1998). Como demonstrado por Walter Pahnke em seu famoso experimento da sexta-feira santa, experiências místicas induzidas por psicodélicos são indistinguíveis das demais descritas na literatura (Pahnke 1963). Este achado que foi recentemente confirmado por um estudo meticuloso de pesquisadores da Johns Hopkins University (Griffith et al. 2006) tem implicações teóricas e legais importantes.

Pesquisa psicodélica envolvendo LSD, psilocibina, mescalina e os derivados da triptamina pareciam seguir bem seu rumo de alcançar as promessas e expectativas quando foram subitamente interrompidas pela experimentação maciça e indiscriminada entre a jovem geração nos EUA e outros países ocidentais. No famoso caso de Harvard, os professores de psicologia Timothy Leary e Richard Alpert perderam suas posições acadêmicas e tiveram que abandonar a universidade após sua excessiva proselitização das promessas do LSD. As medidas repressivas que se seguiram em meios administrativos, legais e políticos tiveram muito pouco efeito no uso de rua do LSD e de outros psicodélicos, mas drasticamente terminaram com as pesquisas clínicas legítimas. Entretanto, enquanto os problemas associados a este aumento no uso foram desproporcionalmente aumentados por jornalistas sensacionalistas, os riscos possíveis não eram a única razão para a rejeição do LSD e de outros psicodélicos na cultura de massa Euro-Americana. Um fator importante que contribuiu para isso foi a atitude de sociedades tecnológicas para com os estados holotrópicos de consciência.

Como mencionado antes, todas as sociedades anciãs e pré-industriais mantinham estes estados em alta estima, fossem eles induzidos por plantas psicodélicas ou por muitas das poderosas “tecnologias do sagrado” que não usam drogas – jejum, privação de sono, isolamento social e sensorial, dança, música, percussão ou dor física. Membros desses grupos sociais tinham a oportunidade de experienciar repetidamente os estados holotrópicos de consciência durante suas vidas em uma variedade de contextos sagrados. Comparativamente, a civilização industrial tornou tais estados holotrópicos patologias, rejeitou ou mesmo proibiu os contextos e as ferramentas que os facilitam e desenvolveu métodos de suprimi-los quando ocorrem espontaneamente. Por causa da resultante ingenuidade e ignorância sobre estados holotrópicos, as culturas ocidentais estavam despreparadas para aceitar e incorporar as extraordinárias e poderosas capacidades de alterar a mente fornecidas pelo LSD e outros psicodélicos.

ancient Mayan jaguar shaman art: artist unknown

A emergência súbita do elemento Dionisíaco das profundezas do inconsciente e das alturas do superconsciente era muito ameaçadora para a sociedade Euro-Americana. Ainda mais, a natureza irracional e transracional da experiência psicodélica desafiava seriamente as própria bases da visão de mundo materialista da ciência ocidental. A existência e a natureza destas experiências não podiam ser explicadas no contexto das teorias dominantes e seriamente solapavam os preceitos metafísicos da prioridade da matéria sobre a consciência, sobre a qual a cultura ocidental está construída. Também ameaçava o principal mito do mundo industrial ao mostrar que a verdadeira realização não vêm de atingir objetivos materiais, mas sim de uma profunda experiência mística.

Não era apenas a cultura em geral que estava despreparada para a experiência psicodélica, isto também era verdade para as profissões de saúde. Para a maioria dos psiquiatras e psicólogos, psicoterapia significava discussões disciplinadas cara a cara ou associações livres no divã. As emoções intensas e as dramáticas manifestações físicas das sessões psicodélicas pareciam para eles próximas ao que classificavam como psicopatologia. Era difícil para eles imaginar tais estados como sendo cura e transformação. Como resultado, eles não acreditaram nos relatos sobre os extraordinários poderes da psicoterapia psicodélica vindo dos colegas que tiveram coragem suficiente para aproveitar a chance da psicoterapia psicodélica, ou mesmo de seus clientes.

Para complicar ainda mais a situação, muitos dos fenômenos que ocorrem nas sessões psicodélicas não podiam ser compreendidos dentro do contexto das teorias que dominavam o pensamento acadêmico. A possibilidade de se reviver o nascimento ou experiências da vida embrionária, obter informações precisas sobre a história mundial e mitologia do inconsciente coletivo, vivenciar realidades arquetípicas e memórias kármicas ou perceber eventos remotos em estados fora do corpo eram simplesmente muito fantásticos para serem acreditados por um profissional mediano. Ainda assim, aqueles que tiveram a chance de trabalhar com o LSD estavam dispostos a radicalmente mudar o entendimento teórico da psique e prático da terapia e foram capazes de apreciar o enorme potencial dos psicodélicos, tanto como ferramentas terapêuticas como substâncias de extraordinário valor heurístico.

Em um de meus livros anteriores, eu sugeri que o potencial do LSD e de outros psicodélicos para a psiquiatria e a psicologia era comparável ao valor do microscópio para a biologia e a medicina ou do telescópio para a astronomia. Minha experiência posterior com psicodélicos apenas confirmou esta impressão inicial. Estas substâncias funcionam com amplificadores inespecíficos que aumentam a catexia (carga energética) associada ao conteúdo profundo e inconsciente da psique, tornando-os disponíveis para processamento consciente. Esta propriedade única dos psicodélicos torna possível estudar correntes psicológicas subjacentes que governam nossas experiências e comportamentos em um nível que não pode ser igualado por nenhum outro método ou ferramenta disponível na moderna psiquiatria e psicologia. Também oferece oportunidade única para tratamento de desordens emocionais e psicossomáticas, para transformações pessoais positivas e evolução da consciência.

Naturalmente, ferramentas com tamanho poder carregam com elas riscos maiores que as ferramentas mais conservadoras e muito menos eficazes correntemente aceitas na psiquiatria, como a psicoterapia verbal ou medicações tranquilizantes. Pesquisa clínica mostrou que estes riscos podem ser minimizados pelo uso responsável e cuidadoso controle do set e do setting (o sujeito e o ambiente, N.T.). A segurança da terapia psicodélica quando conduzida em ambiente clínico foi demonstrada pelo estudo de Sidney Cohen baseado em informação de mais de 25.000 sessões psicodélicas. De acordo com Cohen, a terapia psicodélica revelou-se mais segura que muitos outros procedimentos usados rotineiramente uma hora ou outra na psiquiatria, como choque eletroconvulsivo, terapia de coma por insulina e psicocirurgia (Cohen 1960). Entretanto, legisladores respondendo ao uso maciço e não supervisionado de psicodélicos não buscaram informações em publicações científicas, mas nas histórias de jornalistas sensacionalistas. As sanções legais e administrativas contra os psicodélicos não detiveram o uso indiscriminado, mas terminaram com as pesquisas científicas legítimas sobre estas substâncias.

Para os que tiveram a oportunidade de experimentar o potencial extraordinário dos psicodélicos, esta foi uma perda trágica para a psiquiatria, psicologia e psicoterapia. Sentimos que estes acontecimentos desafortunados desperdiçavam o que era provavelmente a mais importante oportunidade na história destas disciplinas. Se tivesse sido possível evitar a desnecessária histeria das massas e continuar as pesquisas responsáveis sobre os psicodélicos, eles poderiam sem dúvida ter radicalmente transformado a prática e a teoria da psiquiatria. Acredito que as observações desta pesquisa têm potencial para iniciar uma revolução no entendimento da psique humana e da consciência comparável ao cataclisma conceitual que os físicos modernos vivenciaram nas primeiras três décadas em relação as suas teorias sobre a matéria. Este novo conhecimento poderia se tornar parte integral de um compreensível novo paradigma científico para o século XXI.

Atualmente, passadas mais de três décadas desde que as pesquisas oficiais com psicodélicos foram efetivamente encerradas, posso tentar avaliar a história passada dessas substâncias e palpitar sobre seu futuro. Após conduzir pessoalmente mais de 4.000 sessões psicodélicas nos últimos 50 anos, eu desenvolvi grande admiração e respeito por estes compostos e seus potenciais positivos e negativos.
São ferramentas, e como qualquer ferramenta, podem ser usados de maneira habilidosa, inepta ou destrutivamente. O resultado será criticamente dependente do set e do setting. A questão de se o LSD é uma medicina fenomenal ou uma droga demoníaca faz pouco sentido, assim como um questão similar sobre o potencial positivo ou negativo de uma faca. Naturalmente, iremos receber relatos muito distintos de um cirurgião que baseia seu julgamento em operações bem sucedidas e do chefe de polícia que investiga assassinatos cometidos com facas em becos de NY. Uma dona de casa veria a faca primeiramente com um útil utensílio de cozinha e um artista a usaria em esculpir madeira. Faria pouco sentido julgar a utilidade e os perigos da faca observando crianças brincando com ela sem a necessária habilidade e maturidade. Similarmente, a imagem do LSD irá variar conforme o foco seja em resultados do uso espiritual e clínico responsável, uso maciço ingênuo pela geração jovem ou uso deliberadamente destrutivo pelos círculos militares ou polícia secreta.

Até ser entendido de maneira clara que os resultados da administração de psicodélicos são criticamente influenciados pelos fatores de set e setting, não haverá esperanças para decisões racionais sobre a política de drogas psicodélicas. Eu firmemente acredito que os psicodélicos podem ser usados de maneira que os benefícios superam em muito os riscos. Isto está amplamente provado por milênios de uso seguro de psicodélicos em práticas espirituais e rituais por gerações de xamãs, curandeiros individuais e culturas aborígenes inteiras. Entretanto, a civilização ocidental industrializada abusou de quase todas suas descobertas e há pouca esperança de que os psicodélicos serão uma excessão, a não ser que possamos evoluir como grupo para um nível superior de consciência e maturidade emocional.

Se os psicodélicos vão ou não vão retornar para a psiquiatria e se tornar parte do armamentário terapêutico é uma questão complexa e sua solução provavelmente não será determinada apenas pelos resultados da pesquisa científica, mas também por uma série de questões e fatores políticos, legais, econômicos e da psicologia de massa. Entretanto, eu acredito que a sociedade ocidental está no presente muito melhor equipada para aceitar e assimilar os psicodélicos do que nos anos 50. Quando psiquiatras e psicólogos começaram a experimentar com LSD, a psicoterapia era limitada a trocas verbais entre terapeuta e clientes. Emoções intensas e comportamento ativo eram referidos como problemáticos e vistos como violações das regras básicas da terapia.

Sessões psicodélicas estavam do outro lado do espectro, evocando emoções dramáticas, excitação psicomotora e mudanças perceptuais vívidas. Pareciam mais com estados que os psiquiatras consideravam patológicos e tentavam suprimir com todos os métodos disponíveis do que algo a que se atribuiria valor terapêutico. Isto está refletido nos termos “alucinógenos”, “delirógenos”, psicotomiméticos” e “psicose experimental”, inicialmente usados para psicodélicos e estados induzidos por eles. De qualquer maneira, sessões psicodélicas lembravam mais cenas de filmes antropológicos sobre rituais de cura de culturas “primitivas” e cerimônias aborígenes do que o esperado para um consultório psiquiátrico.

Muitas das experiências psicodélicas e observações de sessões psicodélicas pareciam desafiar seriamente a imagem da psique humana e do universo desenvolvidas pela ciência Newtoniana-Cartesiana, consideradas descrições precisas e definitivas da “realidade objetiva”. Sujeitos ao experimentar psicodélicos relatavam empatia com outras pessoas, animais e vários aspectos da natureza, durante o qual ganhavam acesso a novas informações sobre áreas que nunca tiveram contato intelectual. O mesmo era verídico para excursões a vidas de ancestrais humanos e animais, assim como memórias raciais, coletivas e kármicas.

Por vezes, esta nova informação era retirada de experiências envolvendo reviver o nascimento biológico e memórias da vida pré-natal, encontros com seres arquetípicos e visitas a reinos mitológicos de várias culturas do mundo. Em experiências fora do corpo, sujeitos experimentais eram capazes de testemunhar e descrever com precisão eventos ocorrendo em locais remotos que estavam fora do alcance de seus sentidos. Nenhum destes acontecimentos era considerado possível no contexto da ciência materialista tradicional, e ainda assim eram observados com frequência em sessões psicodélicas. Naturalmente isto causava profundo distúrbio conceitual e confusão nas cabeças de experimentadores treinados da maneira clássica. Sob estas circunstâncias, muitos profissionais escolheram afastar-se desta área para preservar sua respeitada visão científica do mundo, sua reputação profissional e proteger seu senso comum e sanidade.

As últimas três décadas trouxeram muitas mudanças revolucionárias que influenciaram profundamente o clima da psicoterapia mundial. A psicologia humanista e transpessoal desenvolveu técnicas experimentais poderosas que enfatizam a regressão profunda, expressão direta de emoções intensas e um trabalho levando a liberação de energias físicas. Entre as novas abordagens para auto-exploração estão a prática Gestalt, bioenergética e outras técnicas e métodos neo-Reicheinianos, terapia primal, renascimento e “holotropic breathwork”. As experiências internas e as manifestações externas, bem como as estratégias terapêuticas nestas terapias guardam grande semelhança com o observado nas sessões psicodélicas. Estas estratégias sem droga envolvem não apenas um espectro similar de experiências, mas também desafios conceituais comparáveis. Como resultado, para terapeutas destas linhas, a introdução de psicodélicos representaria o próximo passo lógico, ao invés de mudanças dramáticas em suas práticas.

Ademais, o pensamento científico Newtoniano-Cartesiano, que nos anos 60 gozava grande autoridade e popularidade tem sido progressivamente minado por desenvolvimentos impressionantes em uma variedade de disciplinas. Isto tem acontecido a tal ponto que um número crescente de cientistas sente como urgente a necessidade de uma visão de mundo totalmente diferente, um novo paradigma científico. Exemplos salientes deste desenvolvimento são as implicações filosóficas do relativismo quântico na física (Capra 1975, Goswami 1995), a teoria de David Bohm do holomovimento (Bohm 1980), a teoria holográfica do cérebro, de Karl Pribram (Pribam 1971), a teoria de estruturas dissipativas de Ilya Prigogine (Prigogine 1980), a teoria de campos morfogenéticos de Rupert Sheldrake (Sheldrake 1981), a síntese brilhante da teoria da informação e de sistemas, cibernética, antropologia e psicologia de Gregory Bateson (Bateson 1979) e particularmente o conceito de Ervin Laszlo sobre o campo PSI (campo akáshico), sua hipótese da conectividade e sua “teoria integral de tudo” (Laszlo 1993, 2004). É muito encorajador ver que todos estes novos modelos, que estão em conflito irreconciliável com a ciência tradicional, parecem ser compatíveis com as descobertas da pesquisa psicodélica e da psicologia transpessoal. Esta lista jamais estaria completa sem mencionar o esforço memorável de Ken Wilber para criar uma síntese compreensível de uma variedade de disciplinas científicas em sua filosofia perene (Wilber 2000).

Ainda mais encorajador que as mudanças no clima geral da ciência é o fato de que, em alguns poucos casos, pesquisadores da nova geração nos EUA, Suíça e outros países conseguiram nos últimos anos permissão oficial para começar programas de terapia envolvendo LSD, psilocibina, dimetiltriptamina (DMT), metileno-meta-anfetamina (MDMA) e ketamina. Espero que seja o começo do renascimento do interesse na pesquisa psicodélica que irá eventualmente trazer estas ferramentas extraordinárias de volta as mãos de terapeutas responsáveis.

Stanislav Grof, M.D., Ph.D. é psiquiatra com mais de 40 anos de experiência de pesquisa em estados de consciência não ordinários (induzidos por substâncias psicodélicas e várias técnicas sem drogas) e um dos fundadores e principais teóricos da psicologia transpessoal e do “holotropic breathwork”.
holotropic.com

Considerações legais:
Este artigo é publicado com o espírito de exploração intelectual e expansão de consciência. As idéias contidas neste texto são apenas isso: idéias. Plantas alucinógenas e substâncias psicodélicas podem ser perigosas e ilegais em muitas partes do mundo e usuários as tomam sob sua própria responsabilidade. Plantando Consciência e os colaboradores individuais não endossam o uso de psicodélicos por pessoas não qualificadas e não podem ser julgados responsáveis por aventuras perigosas resultantes do mal uso desta informação.
Viajante, conheça a ti mesmo.

Nas palavras de Timothy Leary: “Eu sou 100% a favor do uso inteligente de drogas e 1.000% contra o uso impensado delas, seja cafeína ou LSD. Drogas não são centrais em minha vida”

Traduzido de Undergrowth #8: “The Journeybook: Travels on the frontiers of consciousness” sob permissão da licença creative commons.

Literatura:

Bateson, G. 1979. Mind and Nature: A Necessary Unity. New York: E. P. Dutton.

Beringer,K. 1927. Der Meskalinrausch (Mescaline Intoxication).
Berlin, Springer, 1927.

Bohm, D. 1980. Wholeness and the Implicate Order. London:
Routledge & Kegan Paul.

Capra, F. 1975. The Tao of Physics. Berkeley: Shambhala
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Cohen, LSD. 1965. LSD and the Anguish of Dying. Harper’s
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and Complications.” Journal of Nervous and Mental Diseases 130:30.

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San Francisco: Council on Spiritual Practices.

Goswami, A, 1995. The Self-Aware Universe. Los Angeles: J.
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Griffiths, R.R., Richards, W. A., McCann, U., and Jesse, R. 2006. Psilocybin can Occasion Mystical Experiences Having Substantial and Sustained Personal Meaning and Spiritual Significance. Psychopharmacology 187:3, pp. 268-283.

Grof, S. 1975. Realms of the Human Unconscious: Observations
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Publications.

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Grof, S.: 2006. The Ultimate Journey: Consciousness and the Mystery of Death. Sarasota, FL.: MAPS Publications.

Jung, C. G. 1959. The Archetypes and the Collective Unconscious. Collected Works, vol. 9,1. Bollingen Series XX, Princeton, N.J.: Princeton University Press.

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Laszlo, E. 1993. The Creative Cosmos. Edinburgh: Floris Books.

Laszlo, E. 2004. Science and the Akashic Field: An Integral Theory of Everything. Rochester, VT: Inner Traditions.

Nevole, S. 1947. O čtyřrozměrném viděni: Studie z fysiopathologie smyslu prostorového, se zvlástním zřetelem k experimentální otravě mezkalinem (Apropos of Four-Dimesional Vision: Study of Physiopathology of the Spatial Sense with Special Regard to Experimental Intoxication with Mescaline. Prague: Lékařské knihkupectví a nakladatelství.

Nevole, S. 1949. O smyslových ilusích a o jejich formální genese (Apropos of Sensory Illusions and Their Formal Genesis).
Prague: Zdravotnické nakladatelství Spolku lékařů avědeckých
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Pahnke W. 1963. Drugs and mysticism: An analysis of the relationship between psychedelic drugs and the mystical consciousness. Thesis presented to the President and Fellows of Harvard University for the Ph.D. in Religion and Society.

Pribram, K. 1971. Languages of the Brain. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall.

Prigogine, l. 1980. From Being to Becoming: Time and Complexity in the Physical Sciences. San Francisco, CA: W.H. Freeman.

Roberts, T. B. (ed.) 2001. Psychoactive Sacramentals: Essays on Entheogens and Religion. San Francisco: Council on Spiritual Practices.

Roubíček, J.: 1961. Experimentální psychózy (Experimental Psychoses). Prague: Statní zdravotnické nakladatelství .

Schultes, R. E., Hofmann, A. and Rätsch, C. 2001. Plants of the Gods: Their Sacred, Healing, and Hallucinogenic Powers. Rochester, Vermont: Healing Arts Press.

Sheldrake, R. 1981. A New Science of Life. Los Angeles: J. P. Tarcher.

Stoll, W. A. 1947. LSD, ein Phantastikum aus der Mutterkorngruppe. Schweiz.Arch. Neurol. Psychiat. 60:279.

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Wilber, K. 2000. A Theory of Everything: An Integral Vision for Business, Politics, Science and Spirituality. Berkeley: Shambhala Publications.


http://plantandoconsciencia.wordpress.com

site:

REMÉDIOS DO PASSADO

Um frasco de heroína da Bayer. Entre 1890 a 1910 a heroína era divulgada
como um substituto não viciante da morfina e remédio contra tosse para
crianças.

Vinho de coca :

coca wine

O vinho de coca da Metcalf era um de uma grande quantidade de vinhos que
continham coca disponíveis no mercado. Todos afirmavam que tinham efeitos
medicinais, mas indubitavelmente eram consumidos pelo seu valor
“recreador” também.


Vinho Mariani :
mariani wine
O Vinho Mariani (1865) era o principal vinho de coca do seu tempo. O Papa
Leão XIII carregava um frasco de Vinho Mariani consigo e premiou seu
criador, Angelo Mariani, com uma medalha de ouro.


Maltine :
coca maltine
Esse vinho de coca foi feito pela Maltine Manufacturing Company de Nova
York. A dosagem indicada diz: “Uma taça cheia junto com, ou imediatamente
após, as refeições. Crianças em proporção.”


Peso de papel :
coca pills
Um peso de papel promocional da C.F. Boehringer & Soehne (Mannheim,
Alemanha), “os maiores fabricantes do mundo de quinino e cocaína”. Este
fabricante tinha orgulho em sua posição de líder no mercado de
cocaína.


Glico-Heroína :
heroin1
Propaganda de heroína da Martin H. Smith Company, de Nova York. A
heroína era amplamente usada não apenas como analgésico, mas também
como remédio contra asma, tosse e pneumonia. Misturar heroína com
glicerina (e comumente açúcar e temperos) tornada o opiáceo amargo mais
palatável para a ingestão oral.


Ópio para asma :
opium1
Esse National Vaporizer Vapor-OL era indicado “Para asma e outras
afecções espasmódicas”. O líquido volátil era colocado em uma panela
e aquecido por um lampião de querosene.


Tablete de cocaína (1900):
coca drops1
Estes tabletes de cocaína eram “indispensáveis para cantores,
professores e oradores”. Eles também aquietavam dor de garganta e davam
um efeito “animador” para que estes profissionais atingissem o máximo de
sua performance.


“Drops de Cocaína para Dor de Dente – Cura instantânea” :
coca drops

Dropes de cocaína para dor de dente (1885) eram populares para crianças.
Não apenas acabava
com a dor, mas também melhorava o “humor” dos usuários.


Ópio para bebês recém-nascidos :

opium


Você acha que a nossa vida moderna é confortável? Antigamente para aquietar bebês recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio. Esse frasco de paregórico (sedativo) da Stickney and Poor era uma mistura de ópio de álcool que era distribuído do mesmo modo que os temperos pelos quais a empresa era conhecida. “Dose – [Para crianças com] cinco dias, 3 gotas. Duas semanas, 8 gotas. Cinco anos, 25 gotas. Adultos, uma colher cheia.”

O produto era muito potente, e continha 46% de álcool.



Estudo sugere que azeite de oliva






pode reduzir riscos de derrame.












Pesquisa foi feita com 7.625 idosos a partir de 65 anos na

França.


Chance de AVC cai 41% quando produto é usado constantemente.

Azeite de oliva reduz em até 41% risco de derrame. (Foto: Jose Nicolas / AFP Photo)

Pessoas idosas que ingerem azeite de oliva correm menos risco de sofrer um derrame do que aqueles que não o fazem, sugeriu um estudo com mais de 7.000 franceses publicado nesta quarta-feira (15) nos Estados Unidos.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em Bordeaux, França, acompanharam 7.625 pessoas de 65 anos de idade ou mais em três cidades - Bordeaux, Dijon e Montpellier - por um período de cinco anos.

Durante esse tempo, houve 148 derrames. Os indivíduos foram divididos em grupos de acordo com o seu consumo de azeite de oliva, indo daqueles que não consumiam nada àqueles que usavam o produto em molhos, em receitas e no pão.

Quando os pesquisadores levaram em consideração fatores como a massa corporal, atividades físicas e a dieta constataram que os consumidores "intensivos" de azeite de oliva tinham 41% menos risco de derrame comparados aos que nunca consumiam azeite.

"Nossa pesquisa sugere que uma nova série de recomendações de dieta precisa ser elaborada para prevenir derrames em pessoas de 65 anos ou mais", disse a autora do estudo Cecilia Samieri.

"Os derrames são tão comuns em pessoas idosas e o azeite de oliva pode ser uma forma barata e fácil de ajudar a prevenir isso." As descobertas foram publicadas no "Medical Journal of the American Academy of Neurology".


APROVAÇÃO DA ANVISA



ANVISA APROVA USO DO TOXINA BOTULÍNICA CONTRA ENXAQUECA


Substância previne crises de dor de cabeça causadas pela doença.


Proteína é obtida a partir da bactérica 'Clostridium botulinum'.




A toxina botulínica recebeu aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no tratamento de enxaqueca. A aplicação será recomendada para a prevenção das crises de dor de cabeça fortes que caracterizam a doença. A toxina botulínica é obtida a partir da bactéria Clostridium botulinum.

A autorização foi concedida em 11 de abril a uma empresa que produz a substância, usada normalmente para enrijecer a pele e conservar a pessoa contra rugas e outros sinais da velhice. O uso cosmético da substância só foi aprovado pelo órgão do governo norte-americano responsável por regular alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) em 2002.

Agora, as injeções da toxina poderão ser usadas no tratamento de uma doença que se caracteriza por dores de cabeças intensas, normalmente agravadas por fatores externos como luz, esforço físico, ruídos e odores. O paciente pode ter náuseas e vômitos durante as crises.

Estudos já apontavam a eficiência da substância no combate à enxaqueca desde 2006, quando um grupo de cientistas de Taiwan revelaram que o tratamento com a toxina reduzia a frequência e a intensidade das crises em até 60% dos pacientes testados.

Usada há 20 anos em pessoas que sofreram derrames cerebrais (AVC) ou problemas cervicais, a toxina botulínica também é autorizada no Brasil para o tratamento de casos de bexiga hiperativa.