05/08/2009

A responsabilidade civil dos hospitais

Cada vez mais frequentes, ações judiciais decorrentes de erros médicos devem ser analisadas minuciosamente

Segundo dados do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos últimos seis anos as ações judiciais decorrentes de erros médicos aumentaram 155% e, atualmente, encontram-se em fase adiantada de discussão, aproximadamente, 500 processos referentes ao tema. Mesmo com o grande aumento nas ações judiciais, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a questão da responsabilidade civil dos hospitais por eventuais danos não é tão simples quanto parece.

De acordo com o advogado João Paulo Maranhão, sócio-advogado do Escritório Katzwinkel e Advogados Associados, não se pode presumir a culpa do hospital, ou aplicar a teoria do risco empresarial, diante das peculiaridades que envolvem a natureza deste serviço. “É necessário analisar todos os requisitos que devem estar presentes para que se possa falar em responsabilidade civil das instituições médicas, pois a doutrina estabelece uma diferenciação entre responsabilidade contratual (decorrente do descumprimento do contrato) e extra-contratual (decorrente da prática de ato ilícito causador de prejuízo)”, explica o especialista.

No primeiro caso citado por João Paulo Maranhão, a responsabilidade contratual é indispensável a existência de um contrato entre as partes, que pode estar ou não formalizado por um instrumento, e que qualquer um dos envolvidos tenha descumprido algumas das obrigações estipuladas. “Ao procurar o atendimento hospitalar, o paciente espera que a instituição forneça condições estruturais e preste todos os serviços necessários durante o internamento. Quando o hospital e seus profissionais fornecem o tratamento desejado e previsto, não há que se cogitar a prática de ato ilícito e nem a responsabilização da instituição civilmente”, avalia.

Já no caso de responsabilidade extracontratual (aquiliana), se uma das partes praticar um ato, necessariamente ilícito, contrário à disposição legal, será aplicado, então, o princípio de que ninguém deve infringir a lei e os princípios dela decorrentes. “A lei estabelece que, neste caso, verificado o dano, haverá a obrigação de indenização, desde que presentes os requisitos da responsabilidade civil, como, por exemplo, a existência de uma ação ou omissão; a culpa; o dano e nexo de causalidade”, exemplifica o especialista.

Além de todos estes dados contratuais, João Paulo Maranhão explica que a pretensão de responsabilizar o hospital, independente de culpa, com base nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, também deve ser analisada corretamente, pois o Código confere uma proteção maior aos pacientes e, consequentemente, diminui as chances dos hospitais nas disputas judiciais. “A instituição médica, mesmo sendo prestadora de serviços, não responde por todo evento ocorrido em suas dependências. Se assim fosse, jamais receberia um paciente para cirurgia, na medida em que todo procedimento cirúrgico implica, necessariamente, em lesões corporais e, nestes casos, a instituição teria que responder por danos estéticos causados aos pacientes”.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor (artigo 14, §4º), a responsabilidade dos profissionais liberais será apurada nos termos da legislação civil, podendo a vítima comprovar a prática de ato ilícito. “A interpretação da legislação mostra que a instituição de saúde responderá, sem que haja necessidade do paciente demonstrar a culpa da instituição, quando for comprovada a culpa dos médicos”.

Qualidade é a melhor arma contra problemas judiciais

Para o advogado, ao analisar todos estes aspectos fica evidente a necessidade da comprovação da prática de ato ilícito por parte dos médicos, para que a instituição possa ser responsabilizada civilmente por um caso de erro médico. “Desta maneira, os profissionais, assim como o hospital, devem fornecer o serviço da melhor forma possível, exatamente como a ciência médica determina. Caso sejam observados estes procedimentos e, mesmo assim, haja dano, este só pode ser atribuído a ocorrência de caso acidental, mas não aos médicos ou ao hospital”, finaliza o advogado.


Autor: Eduardo Betinardi
Fonte: Lide Multimídi


O cérebro fabrica maconha

Pesquisadores de São Paulo descobrem novas substâncias canabinoides produzidas pelos neurônios

No início dos anos 1970, uma grande surpresa agitou os farmacologistas, aqueles que estudam o efeito das substâncias químicas sobre os órgãos e sobre as células. É que o neurocientista Solomon Snyder, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriu que havia no cérebro proteínas capazes de reconhecer a morfina. Eram os receptores opioides, chamados assim em referência ao ópio, que contém grande quantidade de morfina.

Parecia muito estranho que o cérebro tivesse receptores para uma substância analgésica obtida de um vegetal – a papoula
(Papaver somniferum)... E ainda mais uma substância fortemente viciante, presente no tradicional narcótico cujo uso remonta a eras e civilizações antigas. No entanto, pouco tempo depois, o mesmo Snyder descobriu as morfinas endógenas, que ficaram conhecidas como endorfinas. Ficamos sabendo então que o nosso cérebro fabrica um tipo de morfina participante dos mecanismos naturais de regulação da dor.

A maconha feita no cérebro

Na década de 1990, a descoberta de receptores cerebrais capazes de reconhecer as substâncias psicoativas derivadas da maconha (na foto) surpreendeu os pesquisadores (foto: United States Fish and Wildlife Service).

Surpresa parecida causou a descoberta dos receptores canabinoides, capazes de reconhecer as substâncias psicoativas derivadas da maconha (Cannabis sativa).Foi em 1990 que o grupo do farmacologista Tom Bonner, do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos, clonou pela primeira vez um receptor canabinoide do cérebro. A esse feito seguiu-se a descoberta dos endocanabinoides, compostos gordurosos produzidos por neurônios e capazes de serem reconhecidos pelos mesmos receptores da maconha, posicionados na membrana de outros neurônios.

O que faria essa maconha endógena no cérebro? Os anos seguintes mostraram que os endocanabinoides são neurotransmissores não convencionais, pois não são armazenados em vesículas, mas produzidos “sob encomenda”. Ou seja: quando os neurônios do sistema nervoso central são ativados, sintetizam “maconha endógena” para modular as suas próprias sinapses.

Constatou-se que a ação dos endocanabinoides nas sinapses é retrógrada, ou seja, ocorre de trás para frente: sintetizadas no neurônio ativado por uma sinapse, essas substâncias vão atingir o neurônio antecedente da cadeia, sendo reconhecidas pelos receptores nele posicionados, que então freiam a transmissão sináptica que acabou de se iniciar. Uma espécie de marcha a ré da transmissão sináptica. Esse mecanismo é atuante nas regiões cerebrais que regulam o apetite e o humor, além das regiões ligadas à dor e à memória.

O tetra-hidrocanabinol (à esquerda) é reconhecido pelo receptor canabinoide (à direita, em verde), que fica encravado na membrana dos neurônios (modelo molecular do receptor feito pela North Carolina Central University, EUA).


Os nossos canabinoides
Com a evolução do conhecimento sobre os endocanabinoides, mais surpresas aguardavam os farmacologistas. A mais recente delas veio de um estudo publicado há poucas semanas, realizado por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, da empresa Proteimax, também de São Paulo, e das escolas de medicina Mount Sinai e Albert Einstein, em Nova York, nos Estados Unidos.

O grupo descobriu que os neurônios produzem peptídeos (pequenas proteínas) derivados da hemoglobina que ativam os receptores canabinoides do sistema nervoso – de modo semelhante à maconha. O trabalho envolveu o levantamento proteômico dos derivados da hemoglobina e de sua presença no cérebro, o que levou à identificação de peptídeos com nove aminoácidos e ação canabinoide. Essas substâncias, chamadas hemopressinas, foram encontradas em regiões do cérebro ligadas à regulação do apetite (o hipotálamo) e em outras que atuam na geração de sensações prazerosas (o núcleo acumbente), bem como nos terminais nervosos periféricos envolvidos na dor.

Os pesquisadores então realizaram diversos experimentos para testar a ação das hemopressinas nos receptores canabinoides conhecidos, o que permitiu a identificação da via de ação desses peptídeos.

Hemoglobina e maconha: relação improvável

Relações improváveis: a molécula da hemoglobina (na imagem), quem diria, existe também nas células do sistema nervoso e origina pequenas proteínas reguladoras dos endocanabinoides, como a hemopressina.

A nova surpresa que o estudo trouxe, além da identificação de novos canabinoides, foi a sua origem a partir da hemoglobina. O que estaria fazendo no cérebro a molécula mais conhecida do sangue, encarregada de fixar o oxigênio da respiração nas células vermelhas? Na verdade, já se conhecia a presença de hemoglobina, em pequenas quantidades, em outros tecidos, como o endométrio do útero feminino, o cristalino do olho, os glomérulos dos rins e também os neurônios e células gliais do cérebro.

Outro fato que chama a atenção é que dados preliminares anunciados pelos autores do estudo indicam a produção de hemopressina em maiores quantidades quando o cérebro é submetido a condições de isquemia, como nos acidentes vasculares cerebrais. Nesse caso, teria essa “maconha endógena” alguma ação protetora contra os acidentes isquêmicos cerebrais?

A natureza, como se vê, percorre os mesmos caminhos para atender diferentes necessidades. As diversas células do organismo são aparelhadas para sintetizar substâncias semelhantes em órgãos e tecidos diferentes. Mas, em cada um, as mesmas substâncias são utilizadas para funções distintas. Soluções plenas de “racionalidade econômica”, diriam os economistas. Aproveitamento máximo das mesmas soluções em diferentes problemas.

SUGESTÕES PARA LEITURA
C.B. Pert e S.H. Snyder (1973) Opiate receptor: demonstration in nervous tissue. Science, vol. 179: pp. 1011-1014.
L.A. Chung e colaboradores (1990) Structure of a cannabinoid receptor and functional expression of the cloned cDNA. Nature, vol. 346: pp.561-564.
A. Heimann e colaboradores (2007) Hemopressin is an inverse agonist of CB1 cannabinoid receptors.Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA, vol. 104: pp. 20588-20593.
I. Gomes e colaboradores (2009) Novel endogenous peptide agonists of cannabinoid receptors. FASEB Journal, publicação eletrônica de 20 de abril.

Roberto Lent
Professor de Neurociência
Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade Federal do Rio de Jane



Perfil de saúde do brasileiro

Conheça os principais dados da pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde

A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, Vigitel 2008, foi realizada pelo Ministério da Saúde em 27 capitais, sendo lançada neste mês de abril. Essa pesquisa trás informações inportantes sobre o perfil de saúde do brasileiro, compreendo dados sobre o consumo de álcool, obesidade, tabagismo, alimentação, entre outros.

Veja os principais resultados do estudo nas 27 capitais:

1 Álcool e direção

Cresce consumo de álcool no Brasil
No Brasil, as informações sobre o consumo abusivo de álcool mostram tendência de crescimento. Em 2008, 19% declaram ter consumido álcool de forma abusiva em alguma ocasião nos últimos 30 dias. Em 2007, foram 17,5%; em 2006, primeiro ano do Vigitel, foram 16,1%. O consumo é mais freqüente em faixas etárias mais jovens – alcançando 30% dos homens e 10% das mulheres entre 18 e 44 anos.
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Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Consumo abusivo de álcool é 3x maior entre homens em relação às mulheres
Dados inéditos do Ministério da Saúde confirmam que o consumo abusivo de álcool continua mais freqüente e intenso entre os homens em relação às mulheres. De acordo com dados do Vigitel 2008, o percentual de consumo abusivo de álcool para o sexo masculino é de 29% dos entrevistados, 10 pontos percentuais acima da média nacional (19%) e três vezes maior do que o registrado entre as mulheres (10,5%). De acordo com o estudo, o percentual de consumo abusivo de álcool entre homens em 2008 foi o maior desde 2006, quando teve início o Vigitel. Há três anos, 25,3% dos homens entrevistados afirmaram ter consumido abusivamente o álcool, contra 27,2% (2007) e 29% (2008).
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Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Mulheres aumentaram o consumo abusivo de álcool
As mulheres estão bebendo mais. De acordo com o Vigitel, em 2008 o percentual de consumo abusivo de álcool foi de 10,5%, contra 9,3% em 2007 e 8,1% em 2006.
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Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Beber e dirigir
O brasileiro voltou a beber e dirigir com mais freqüência nos últimos meses de 2008 em relação aos primeiros meses da Lei Seca, em vigor desde junho do passado, e reverteu a tendência inicial de queda verificada pelo Ministério da Saúde. Nos meses de julho, agosto, setembro e outubro do ano passado, os percentuais de pessoas que afirmaram ter consumido álcool de forma abusiva e ter dirigido depois foram de 1,3%, 0,9%, 1,2%, 1,2%, respectivamente. Em novembro e dezembro, os percentuais saltaram para 2,1% e 2,6%, dados bastante elevados em relação aos meses anteriores.

Com relação ao cenário nacional, o dado percentual médio do Brasil foi de 1,5%, menor do que os 2% verificados em 2007, ano em que Vigitel iniciou a pesquisa sobre álcool e direção.

Comparativo do consumo abusivo de bebidas alcoólicas* e direção de veículo motorizado em capitais brasileiras, entre julho a dezembro de 2007 e 2008 e primeiros meses de 2009.

Tabela 1 – Álcool e direção

2007
2008
2009
JANEIRO
1,9
FEVEREIRO
2,0
MARÇO
2,3
ABRIL
1,8
MAIO
1,8
JUNHO
1,9
JULHO
2,2
1,3
AGOSTO
1,9
0,9
SETEMBRO
2,0
1,2
OUTUBRO
2,1
1,2
NOVEMBRO
1,8
2,1
DEZEMBRO
2,1
2,6

Fonte: Vigitel 2008

* Para o estudo, foi considerado abusivo o consumo de mais de quatro doses de álcool para as mulheres e mais de cinco para homens, em mesma ocasião, evento ou festa, nos últimos 30 dias. A avaliação considera como dose de bebida uma lata de cerveja, uma taça de vinho uma ou uma dose de destilados como uísque ou vodka. Veja texto completo:
Cresce o número de pessoas que dirigem após beber

2 Obesidade

13% dos brasileiros são obesos
Excesso de peso se manteve estável nos últimos anos (43,3% dos brasileiros), mas a obesidade aumentou nos brasileiros, especialmente nas mulheres. Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que hoje 13% dos adultos são obesos, sendo o índice maior entre as mulheres (13,6%) do que entre os homens (12,4%). Em 2006, quando foi apresentada a primeira edição do sistema Vigitel, 11,4% dos brasileiros eram obesos. No ano seguinte, esse índice subiu para 12,9%.
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13% dos brasileiros adultos são obesos

3 – Tabagismo

Consumo de cigarros entre os jovens caiu à metade nos últimos 20 anos
O estudo Vigitel 2008 mostra que 14,8% dos jovens entre 18 e 24 anos têm o hábito de fumar. Em 1989, os jovens fumantes eram 29%. De acordo com Deborah Malta, coordenadora da área de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, um dos fatores mais importantes no controle do tabagismo é evitar o início do vício entre adolescentes e jovens.

A tendência é de forte queda para o consumo de tabaco em todas as faixas etárias. A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada há 20 anos, mostrou que 35% da população adulta no Brasil era fumante. Segundo o Vigitel 2008, esse índice caiu para 15,2%. Apesar de o Brasil estar entre os países com menor incidência de tabagismo do mundo, o objetivo é reduzir esse número, em especial entre os jovens e mulheres fumantes. Em 20 anos, metade dos fumantes abandonou o tabagismo.
Veja texto completo:
Cai consumo de tabaco entre os jovens

4 Alimentação

Aumenta o consumo de frutas e hortaliças. Cai o consumo de carnes gordurosas
No Brasil, 15,7% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada de frutas e hortaliças – quase três vezes mais do que em 2006. Se há três anos apenas 5,6% dos adultos consumiam a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de cinco porções em cinco dias ou mais da semana, hoje há motivos para comemorar.
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Melhora a alimentação do brasileiro

5 – Prevenção de câncer e auto-avaliação de saúde

71% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram mamografia nos últimos 2 anos
De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, 71% das mulheres brasileiras entre 50 e 69 anos fizeram o exame de mamografia nos últimos dois anos. As maiores freqüências de realização do exame foram registradas em Belo Horizonte (84,1%), Vitória (81,9%) e Florianópolis (80,6%). As cidades de Palmas (49,2%), Rio Branco (51,1%) e Macapá (53,5%) estão entre as cidades com menores frequência, abaixo da média nacional. O Vigitel revela que cobertura do exame aumenta com o nível de escolaridade, chegando a 89,2%, para as mulheres com 12 anos ou mais de estudo.
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71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

Apenas 4,5% dos brasileiros declaram ter estado ruim de saúde
Em 2008, apenas 4,5% dos entrevistados do Vigitel afirmaram que estavam com a saúde fora de suas expectativas. Embora as mulheres vivam mais, são elas quem mais avaliam pior o próprio estado de saúde. Isso porque as mulheres são mais sensíveis e percebem mais os problemas de saúde do que os homens, que dão pouco importância ao seu próprio corpo. Quanto maior a escolaridade, maior é a procura por avaliações de saúde por parte da população.
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71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

80,9% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame HPV nos últimos 3 anos
Prevenção do câncer do colo de útero – Segundo o Vigitel, a média nacional para frequência de realização do exame Papanicolau, nos últimos três anos, foi de 80,9%, entre as mulheres entre 25 e 59 anos. O estudo mostra que a cobertura aumentou para 89,8% nas pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade. As cidades com as maiores coberturas do exame são nos foram identificadas em São Paulo (92,7%), Porto Alegre (90,6%) e Florianópolis (90,5%). As menores coberturas do exame estão nas cidades de Maceió (72,9%), Fortaleza, Distrito Federal e Belém (74,8%) e Natal (75%).
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71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

Cai o uso de proteção solar. 39% dos brasileiros se protegem contra UV
De 2007 para 2008, a média nacional de frequência de proteção contra radiação ultravioleta (uso de protetor solar, chapéu ou sombrinha e roupas adequadas) caiu de 53,3% para 39%. As maiores freqüências de proteção foram declaradas por moradores de Florianópolis (50,9%), Palmas (49,8%), Distrito Federal (47,7%) e Curitiba (47,2%), de acordo com o Vigitel. O Rio de Janeiro é a capital com o menor percentual de proteção, 30,8%.
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Como anda o seu relacionamento afetivo?

Especialista discute essa questão levantada pela enquete do Sis.Saúde

Na última enquete realizada pelo SIS.Saúde, perguntou-se “Como anda o seu relacionamento afetivo?”. As repostas podem ser verificadas no gráfico abaixo.


Pelas respostas à enquete, observa-se que a maioria das pessoas indicou estar insatisfeita com seu relacionamento conjugal (48%). Apenas uma minoria revelou satisfação com esse relacionamento (22%).

Quais os motivos?

O relacionamento conjugal é o principal vínculo afetivo na vida adulta, pois, provê a estrutura primária da família e a possibilidade da intergeracionalidade, ou seja, da obtenção de filhos (LARSON e HOLMAN, 1994). Por ser tão significativo, apresenta uma série de consequências à vida das pessoas.

É importante frisar que o Código Civil brasileiro, de 2002, considera como relacionamento conjugal aquele que apresenta união estável, oficializada ou não. Por sua vez, o relacionamento estável é aquele constituído entre duas pessoas acima de 18 anos que se percebem unidas com o objetivo da convivência comum para a constituição familiar. Assim, é necessário que o casal se apresente socialmente como “casados” e que as pessoas da convivência também as percebam dessa maneira. Portanto, é um relacionamento pautado na percepção subjetiva que depende do casal e das pessoas que se relacionam com esse casal (CARVALHO NETO e FUGIE, 2002).

Nas sociedades ocidentais, normalmente, as pessoas unem-se por “amor”. O que significa que iniciam o namoro a partir de um processo de “apaixonamento”. Tal processo nada mais é que uma idealização da pessoa amada, que significa que as pessoas enfatizam as características que elas consideram como positivas do ser amado e observam menos as características que elas poderiam caracterizar como negativas.

Esse processo é denominado de “percepção seletiva”. São filtros na percepção que fazem as pessoas destacarem determinadas características das pessoas em determinados momentos. O processo de apaixonamento cria filtros seletivos na percepção que fazem as pessoas observarem principalmente os aspectos que elas julgam como positivos. Nesse sentido, o ser amado torna-se uma pessoa “quase ideal”, repleta de aspectos positivos.

Contudo, o processo de apaixonamento possui um tempo de existência. Quando as pessoas se casam, ou seja, passam a viver o dia-a-dia, em geral, elas ultrapassaram um tempo de namoro, quando o processo de apaixonamento já começa a arrefecer.

Adicionalmente, no casamento, os aspectos do dia-a-dia fazem com que o processo de apaixonamento comece a se enfraquecer mais ainda. Desse modo, há uma modificação na percepção seletiva dos cônjuges, em que eles passam paulatinamente a observarem os aspectos negativos do ser amado. Inicia-se, portanto, um processo de desencantamento com o ser amado e com o casamento.

Kayser (1993) estudou o processo de desencantamento com o relacionamento conjugal, ou seja, da perda da idealização inicial ao relacionamento, o qual as atribuições ao cônjuge são principalmente positivas; e indicou que esse processo comporta três fases:

  • Primeira - ocorre o desapontamento com o cônjuge; a consciência de que o relacionamento não é o esperado; as dúvidas a respeito da escolha do cônjuge e da decisão de ter se casado; a tentativa de mudar a si mesmo, de manter o amor e atratividade.
  • Segunda - há o sentimento de desolação; a avaliação dos custos e benefícios do relacionamento; a consciência de que as necessidades pessoais e sociais não estão sendo mais respondidas; e pensamentos sobre a pouca importância do cônjuge para a vida.
  • Terceira - existem sentimentos de ressentimento, amargura, hostilidade e indignação; atribuições mais negativas que positivas ao cônjuge; confrontação e evitação do cônjuge; e diminuição da sexualidade.

Nesse sentido, pode-se dizer que o início de um relacionamento conjugal é acometido de um processo de “desilusão” com o ser amado e com o relacionamento. É um momento de grandes conflitos, em que ainda impera, concomitantemente, o sentimento de “amor” (ou melhor dizendo, de apaixonamento) e a percepção dos aspectos negativos indesejáveis do ser amado. Passa-se a observar mais o que o ser amado apresenta como negativo que positivo pelo processo de seleção perceptiva, podendo gerar grandes sentimentos de desesperança com o relacionamento.

O que ocorre depois da desilusão?

Pesquisa de Huston e Houts (1998) ampliou a compreensão a respeito. Estudando casais em longo prazo, os autores observaram que o processo de desencantamento ocorre, principalmente, nos dois anos iniciais dos relacionamentos, em média. Após esse tempo, os relacionamentos adquirem maior ajustamento, porém, com menor tônus afetivo.

O ajustamento conjugal pode ser definido como a interação dinâmica entre cônjuges, que pode ser mais adaptativa ou mal-adaptativa, gerando níveis de satisfação (SPANIER, 1976).

Assim, decorrido o tempo de “desencantamento” com o cônjuge e com o relacionamento, inicia-se uma nova fase. Nessa fase, começa a surgir o que se atribui como “amor”. Há uma percepção mais realística de quem é o ser amado e uma aceitação de suas características, tanto as consideradas positivas como as negativas. Obviamente, se as características negativas podem ser compreendidas como aceitáveis. O relacionamento ingressa, então, em uma fase de acomodação e adaptação.

Contudo, ao longo do curso dos relacionamentos, se houverem muitos fatores estressores, individuais ou contextuais, estes passam a contribuir com o mal-ajustamento entre os casais, gerando níveis de menor satisfação. O que significa que os fatores estressores, difíceis e conflituosos, mesmo que externos ao casal, são deletérios ao relacionamento; e muito mais se tais fatores forem internos ao casal (como, por exemplo, brigas devido à educação dos filhos, ou por interferências familiares).

Segundo Fincham, Harold e Gano-Phillips (2000), os conflitos vivenciados ao longo do relacionamento tendem a intensificar as atribuições negativas e a atribuição causal e de responsabilidade dos conflitos ao cônjuge, levando a expressões afetivas mais negativas. O que revela que os conflitos (sejam as brigas expressas ou não) entre o casal fazem com que haja uma tendência de responsabilizar o outro pela brigas e aspectos negativos do relacionamento, priorizando-se o que o outro apresenta como negativo. Nesse sentido, os conflitos, se constantes, podem ir minando os relacionamentos.

Snyder, Heyman e Hayne (2005) indicaram que os conflitos tendem a se tornarem um padrão repetitivo devido à seleção perceptiva dos eventos negativos em detrimento dos positivos, conduzindo os relacionamentos para mal-adaptativos. Acrescentando a essa questão, Feeney e Noller (2002) sugeriram que frequentes conflitos e afetos negativos consequentes diminuem as trocas afetivas e conduzem a comportamentos de retirada do relacionamento, ou seja, de negligência e desatenção, fazendo com que as necessidades individuais de afeto não sejam respondidas, criando mais comportamentos hostis e discórdias. Dessa maneira, segundos essas autoras, os conflitos seriam continuados para alguns casais, os que apresentassem diminuições de trocas afetivas.

Desse modo, os estudos na área revelaram que, após a fase inicial do relacionamento de “desencantamento”, que dura em torno de dois anos, há a possibilidade de dois cursos: relacionamentos adaptativos, em um processo de acomodação; e mal-adaptativos, em um processo de desafeição.

A qualquer momento, um relacionamento pode ingressar em um curso de desafeição. Basta que conflitos entre o casal sejam desencadeados. Tais conflitos podem ser desencadeados por eventos estressores, tais como: problemas no trabalho, chegada de filhos, problemas familiares, falta de recursos, entre outros.

Também, um relacionamento que passe por uma fase conflituosa, assim que resolvidos os conflitos, pode ingressar em uma fase de maior adaptação e satisfação entre os cônjuges. O que coloca em pauta que a maioria dos relacionamentos possui fases, mais satisfatórias ou menos satisfatórias, uma pode ser sucedida da outra. Porém, como há uma tendência dos conflitos desencadearem um processo contínuo de conflitos, cada fase de conflitos pode colocar em risco o relacionamento conjugal.

Repercussões para a saúde

Por desencadearem expressões afetivas e sentimentos positivos mútuos, os relacionamentos adaptativos são protetivos à saúde (WILSON e OSWALD, 2005). Em estudo longitudinal, Miller, Niehuis e Huston (2006) encontraram que a expressão afetiva positiva protege a idealização, ou seja, as atribuições mais positivas ao cônjuge, e mantem a intimidade no relacionamento. O que gera relacionamentos com melhor ajustamento e satisfação.

Entretanto, os relacionamentos com maior tendência de serem mal-adaptativos, insatisfatórios, são deletérios à saúde por ocasionarem estresse continuado por causa dos conflitos (FINCHAM e BEACH, 1999). O estresse é um estado de excitação por exigências socioambientais acima das capacidades individuais de responder a tais exigências, vulnerabilizando a saúde, se contínuas (ANESHENSEL, 1992). Os conflitos representam o principal fator de vulnerabilidade do relacionamento conjugal e da saúde psicológica, devido ao desencadeamento do estresse, que leva a sintomas ansiosos e depressivos em última instância (FINCHAM, 2003).

Portanto, os conflitos continuados no relacionamento conjugal afetam, em primeiro lugar, a saúde psicológica, podendo chegar a afetar também a saúde física.

Considerações finais

Normalmente, os filmes e os contos de fada finalizam com o “pedido de casamento” e mostram finais felizes, permitindo a imaginação das pessoas concluírem que os casais “viveram felizes para sempre”. Mas essa não é a realizadade da maioria dos casamentos. Este é envolto em uma processualidade, que começa com o desencantamento (desapaixonamento) com o cônjuge e com o relacionamento, podendo tornar-se mais adaptativo ou mal-adaptativo. Em geral, ocorrem fases adaptativas (satisfação) e mal-adaptativas (com mais conflitos). Contudo, as fases de conflito tendem a gerar novas fases de conflito, podendo colocar um fim ao relacionamento.

A partir de dados coletados na área e dos estudos da pesquisadora, algumas dicas podem ser oferecidas aos casais:

  • Lembrem-se que o processo de desencantamento inicial com o cônjuge é comum a todos os casais e é necessário para se conhecer melhor quem está ao lado. Tenham em mente que essa fase passará e que fases muito felizes poderão vir com o prosseguimento do relacionamento.
  • Não acreditem que um filho poderá “resolver” os conflitos de um relacionamento. Normalmente, os filhos representarão mais possibilidades de conflitos aos casais devido às mudanças em suas vidas e também por causa dos desacordos que podem surgir com os fatores da educação. Escolham ter filhos planejadamente, na certeza de que o relacionamento tem fases mais estáveis que instáveis. Espere pelo menos uns dois anos de relacionamento conjugal para terem filhos.
  • Nunca, em hipótese nenhuma, usem palavras ofensivas ou atos agressivos em relação ao companheiro durante uma briga. Tais comportamentos dificilmente serão esquecidos, geram mágoas profundas, e poderão levar ao relacionamento ao perigo de rompimento.
  • Em uma discussão, comentem sobre os sentimentos, do tipo “estou magoado(a) com sua atitude...”; “estou triste com o que você me disse...”; ao invés de acusar o companheiro (você é isso ou aquilo..).
  • Lembrem-se que os conflitos devem ser resolvidos sempre, mas resolvidos com respeito ao ser amado que está ao lado. Também se deve exigir respeito do ser que diz te amar.
  • Tentem finalizar os ciclos de conflitos quando estes se instalarem. Por vezes, gestos simples são suficientes, tais como: um presente fora de hora, uma viagem, um final de semana especial, de acordo com a imaginação de cada um.

Referências

CARVALHO NETO, I.; FUGIE, É. H. Novo Código Civil comparado e comentado: direito de família (V. 6). Curitiba: Juruá, 2002.

FEENEY, J. A.; NOLLER, P. Understanding marriage: Developments in the Study of Couple Interaction. Cambridge: Cambridge University, 2002.

FINCHAM, F. D. Marital conflict: Correlates, structure, and context. Current Directions in Psychological Science, v. 12, n. 1, p. 23-27, 2003.

FINCHAM, F. D.; BEACH, S. R. H. Conflict in marriage: Implications for working with couples. Annual Review of Psychology, Anual, p. 47-48, 1999.

FINCHAM, F. D.; HAROLD, G. T.; GANO-PHILLIPS, S. The longitudinal association between attributions and marital satisfaction: Direction of effects and role of efficacy expectation. Journal of Family Psychology, v. 14, n. 2, p. 267-285, 2000.

HUSTON, T. L.; HOUTS, R. M. Psychological infrastructure of courtship and marriage: The role of personality and compatibility in romantic relationship. En T. N. BRADBURY e R. L. WEISS (Eds.), The developmental course of marriage (pp. 114-151). Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

KAYSER, K. When love dies: The process of marital. New York: Guilford Press, 1993.

LARSON, J. H.; HOLMAN, T. B. Premarital predictors of marital quality and stability. Family Relations, v. 43, p. 228-237, 1994.

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Autor: Marli Appel - Doutora em Psicologia - PUC/RS
Fonte: SIS.Saúde



"Se a pessoa que amamos é tirada de nós, a melhor maneira de não esquecê-la e amá-la. Pois o tempo passa, as pessoas envelhecem, mas o verdadeiro amor é para sempre."


CHAVECOS INFALÍVEIS

Só para aqueles que "PENSAM" que são "OS CARAS"























SUCOS FUNCIONAIS


Em tempos onde assuntos como ecologia, economia sustentável, consumo consciente e preservação do meio ambiente estão cada vez mais em pauta, não há mais como desvincular este tipo de preocupação dos cuidados que devemos ter com nosso próprio corpo e saúde. Por isso, a busca por uma alimentação saudável também vem ganhando mais espaço e atenção.

Porém, algumas pessoas sentem dificuldade em manter uma alimentação balanceada, algumas por conta da rotina corrida e cheia de compromissos a que se submetem diariamente, outras por simplesmente não conseguirem muito gostar de comer legumes e folhas crus, por mais que saibam o quanto faz bem.

Assim, os sucos funcionais, ou sucos verdes, tornam-se uma solução eficaz, saborosa e simples de suprir uma boa parte das nossas necessidades diárias de nutrientes e vitaminas, por reunirem num único copo tantos itens saudáveis, já que misturam frutas, legumes e verduras. Além disso, conferem um grande fluxo de energia ao organismo, principalmente se consumidos pela manhã, aumentando a disposição, por serem diuréticos e desintoxicantes e limparem os órgãos internos, ajudando-os a funcionar melhor, além de manterem o corpo hidratado, bem nutrido e funcionarem também como preciosos auxiliares na prevenção de doenças, já que regulam o metabolismo e fortalecem o sistema imunológico.



A clorofila contida em todas as folhas verdes, especialmente as escuras, como couve, espinafre, salsa e agrião, entre outras, purifica o sistema digestivo e oxigena as células, fornecendo mais vitalidade e melhorando a pele e as funções musculares. As frutas e legumes, além de também estarem repletos de nutrientes e vitaminas, também ajudam a adoçar naturalmente os sucos. Para dar um toque final e tornar a mistura ainda mais saborosa, você pode acrescentar ingredientes como gengibre, erva-cidreira, capim limão ou hortelã. O consumo de fibras também é muito importante para o bom funcionamento do intestino e para prolongar a sensação de saciedade, por isso, podem ser adicionados farelos de trigo, linhaça, flocos de quinoa, ou grãos germinados.

Algumas sugestões:

2 folhas de couve
1 punhado de folhas de hortelã
1 maçã
1 cenoura ou beterraba
½ pepino
1 lasca de gengibre;

1 talo de aipo
1 maçã
1 limão;

200ml de suco de laranja
1 maça
1 punhado de salsinha;

2 fatias de abacaxi
1 limão
2 folhas de couve
algumas folhinhas de hortelã.

Procure variar sempre as misturas, use a criatividade e teste sem medo as diversas possibilidades de combinação de sabores. Assim, além de enriquecer seu corpo a ingestão de todos os tipos possíveis de nutrientes e vitaminas, você ainda poderá evitar o desperdício, aproveitando todos os alimentos que estão “sobrando” na geladeira.



SAÚDE MÓVEL

Na Unidade de Terapia Intensiva do Instituto do Coração (InCor), hospital referência em cirurgias cardíacas na América Latina, o carrinho de apoio às cirurgias contém, além de instrumentos e material para curativos, um notebook conectado a uma rede sem fio. Seu teclado e mouse são laváveis, para evitar contaminação, e a autonomia da bateria é de seis horas. Chamado MedKart e desenvolvido pela equipe de TI do InCor, o carrinho permite que os médicos acessem imagens de exames recentes e todo o histórico do paciente.

Marco Antonio Gutierrez, do InCorO notebook do MedKart é um dos dispositivos móveis que acessam a rede Wi-Fi. Os médicos do InCor podem ainda acompanhar seus pacientes usando PDAs, tablet PCs ou celulares. "O futuro dos hospitais é usar a mobilidade para levar o prontuário eletrônico dos pacientes até a beira de leito", afirma Marco Antonio Gutierrez, diretor de tecnologia do InCor, hospital ligado ao HC de São Paulo e subordinado à Faculdade de Medicina da USP.

Com uma equipe de TI sempre atenta às novas tecnologias, o InCor foi pioneiro no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), sistema que armazena todos os dados do paciente e permite a execução de ordens médicas e controles de enfermagem. Criado em interface web, até o ano passado o PEP era acessado só pela intranet do InCor. Mas o grande desafio era adaptar o prontuário eletrônico à mobilidade inerente aos profissionais da saúde
.

Desde o primeiro semestre de 2006, os 2 300 usuários do prontuário já podem acessá-lo pela rede Wi-Fi em 15 estações radiobase nas instalações do InCor. Nas UTIs, 30 médicos e 70 enfermeiros acompanham a situação dos pacientes em tempo real, enquanto caminham entre as alas do hospital ou atendem em seus consultórios. Cerca de 1,1 milhão de pessoas têm seu histórico de saúde registrado no prontuário eletrônico do InCor, que, no final de 2006, armazenava 30 mil exames de imagens. Um conjunto de aplicações foi desenvolvido para a versão móvel do prontuário, entre eles o controle diário da ocupação de seus 500 leitos e a checagem e confirmação da administração de medicamentos pela enfermagem, com baixa automática no estoque e envio das informações para a conta do paciente. Além de dez pocket PCs com leitor de código de barras, a equipe médica da UTI tem à disposição dois tablets, dois notebooks e dois MedKarts.

O InCor realiza por ano 250 mil consultas, 13 mil internações, 5 mil cirurgias e 2 milhões de exames. Do total de pacientes atendidos, 80% são do SUS (Sistema Único de Saúde).

Agilidade



Além do prontuário eletrônico, os pacientes se beneficiam de outras soluções criadas pela TI, como a aplicação vMonGluco, um sistema que mede de forma contínua a taxa de açúcar no sangue do paciente. Isso é feito por meio de um sensor instalado em uma agulha flexível. A reação química gerada no contato subcutâneo evita a coleta de amostras de sangue de hora em hora, uma atividade trabalhosa para a enfermagem e dolorosa para o paciente. A maior vantagem do sistema, entretanto, está no fato de o aplicativo atualizar a taxa de glicose a cada cinco minutos, informação que fica disponível no prontuário eletrônico. Isso permite um controle mais ágil do estado do paciente. "Hoje o médico pode acessar pelo pocket PC a taxa de glicose com uma defasagem de apenas cinco minutos, contra duas ou três horas de antes", diz Gutierrez.

O desenvolvimento dos aplicativos hospitalares privilegia linguagens como Java, HTML e XML, para reduzir custos e criar um ambiente distribuído. O investimento total no projeto de mobilidade foi de 87 mil reais e a expectativa é de retorno em 13 meses. "A mobilidade permite que as informações cheguem ao leito do paciente. Mais que uma simples mudança tecnológica, o conceito promoveu uma verdadeira transformação na rotina de trabalho dos profissionais de saúde", afirma Gutierrez
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Publicado originalmente na Corporate de Agosto de 2007



USE O INCONSCIENTE E ATINJA METAS



A Programação Neurolinguistica (PNL) é classicamente definida como "o estudo da estrutura da mente subjetiva". É um sistema de comunicação e um método prático para alcançar resultados excelentes através da utilização de estratégias mentais, linguagem, fisiologia, estados emocionais, crenças e valores. A PNL estuda como o cérebro funciona e como utilizamos a linguagem para programar nosso inconsciente para nos guiar na vida diária.

A técnica oferece inúmeras ferramentas para se alcançar os objetivos. Hoje falaremos sobre o modelo SMART para a conquista de objetivos pessoais ou profissionais.

O modelo SMART determina que a meta precisa ser Específica, Mensurável, Alcançável, Relevante e Temporal.

Vamos procurar entender cada um desses elementos. Todos querem ganhar mais dinheiro, melhorar de vida, viajar, ter um bom relacionamento, boas condições de saúde. Entretanto, poucos especificam esses objetivos em termos práticos. Exemplo: quero ganhar cinco mil reais por mês, quero trocar de automóvel, quero comprar uma nova cadeira para a minha mesa de trabalho, quero me entender bem com minha esposa e filhos, através do diálogo e boa convivência, quero visitar Gramado nas minhas próximas férias,quero me exercitar duas vezes por semana,etc.

Mensurável significa que a meta precisa de um tamanho adequado, saudável, desafiador e atraente. Uma meta grande demais leva ao desânimo e frustração. A maioria das pessoas estabelece metas gigantescas, excessivamente grandes e além das suas reais capacidades. O que acontece nesses casos, é que as datas estipuladas vão chegando sem que as metas sejam cumpridas. Não estou dizendo que a pessoa não possa e não deva sonhar, ter planos, desejos. Isto é saudável e altamente recomendável. Porém sonho é sonho. Meta é meta. Por outro lado, metas pequenas demais, que não representam desafios, que a pessoa realiza sem aquela agradável sensação de conquista, também levam à rotina e desvalorização das conquistas pela mente humana.

Alcançável é o complemento de mensurável. Só estabeleça metas que dependam de você. E também que você tenha a energia, os recursos, a determinação e a capacidade de realizar. Muitas pessoas fazem metas contando com outras pessoas e ficam frustradas quando os outros não se comprometem. Estabelecer metas sem avaliar os recursos que você possui e precisa é condenar-se ao insucesso. Considere os recursos financeiros, materiais, pessoas. Mas considere também seus próprios recursos pessoais, como automotivação, determinação, flexibilidade, persistência, capacidade de negociar, entre outros.

A meta deve ser relevante, ou seja, ela precisa estar alinhada com as suas crenças, princípios e valores. As perguntas a serem feitas são: "Por que eu quero alcançar esse objetivo?" "Essa meta vai de encontro a alguma coisa que acredito e valorizo?" Se for, esqueça, ou prepare-se para pagar o preço com sofrimento após conquistar o seu objetivo. Relevante significa que a meta lhe dará motivação. Ela deve ser tão apetitosa e atraente que tudo que você quer é alcançar aquele objetivo.

O tempo é algo que não pode ser ignorado. A maioria das pessoas que me contratam vivem estressadas porque querem tudo para a semana passada. Vivem com a sensação de que estão devendo algo ao mundo. Quando falo para essas pessoas sobre seus planos para os próximos trinta anos, algumas entram em pânico. Não conseguem se ver lá no futuro, tendo realizado grandes conquistas na vida. Quando olham para o futuro vêem um vazio, uma sensação de que não tem nada lá. Essas pessoas vivem atoladas em compromissos que não conseguem cumprir. E vão se complicando cada vez mais à medida que estabelecem mais objetivos, sabendo que não vão poder realizar. Ao mesmo tempo, olham para a agenda cheia de tarefas que não foram cumpridas. O resultado disso é o estresse, a ansiedade, doenças psicossomáticas.

Separe suas metas de seus sonhos e desejos. Meta é destino. No futebol a meta é o gol, o lugar onde o atleta vai colocar a bola para marcar o ponto e vencer a partida. Quando estabelecemos a meta é porque estamos prontos. Uma vez escritas, devemos persistir nelas sem nos desviarmos do caminho. Isso quer dizer que não devemos colocar no papel os nossos sonhos? Não! Escreva os seus sonhos, seus desejos, sua visão de futuro. Os sonhos de hoje são as metas de amanhã.

Organize suas metas por ordem de tamanho e relevância, colocando mais perto de você aquelas que são mais fáceis de realizar e deixando aquelas que darão mais trabalho e exigirão mais esforço para mais tarde. Mas estabeleça datas e ponha todas no papel. Mas lembre-se que as coisas não acontecerão por si só. O que vai materializar os seus objetivos é a ação. Então, mãos a obra! Uma vez escritas as metas, comece a agir imediatamente para torná-las reais.


PÉS QUENTES E CABEÇA FRIA


Escalda-pés é um remédio antigo, indicado por nossas avós para esquentar todo o corpo e afastar resfriados. Mas seus efeitos benéficos vão muito além desses... É excelente para aliviar dores de cabeça, cansaço, tensões musculares, preocupações ou acalmar uma mente muito inquieta. Na medicina chinesa quando os pés estão bem aquecidos é um sinal de saúde e energia circulando bem. O escalda-pés age positivamente no seguinte princípio: o bem-estar acontece quando temos os pés quentes e a cabeça fria! Portanto use e faça sempre que precisar, sem contra-indicações!

Apenas mergulhar os pés por 20 minutos numa bacia com água quente (na temperatura que você aguentar) já é suficiente para que estes pequenos milagres ocorram no seu corpo e na sua mente. Mas confira algumas receitas e aditivos para incrementar o seu ritual de bem-estar... Para relaxar Adicione à água quente 5 gotinhas de óleo essencial de lavanda. Ou um copo de chá de camomila bem concentrado. Inale o perfume das ervas, deixe o local pouco iluminado e tente pensar em nada.

Quando você se sentir muito sobrecarregado ou com aquele mal estar difuso, uma limpeza pode ajudar a clarear as coisas. Adicione um punhado de sal grosso e outro punhado de folhas de manjericão à água quente e sinta a diferença.

Inchaço, dores ou sensação de cansaço nas pernas podem indicar sinais de má circulação. Para ajudar o sangue a ficar mais "esperto" adicione três gotas de óleo essencial de alecrim (ou Rosmarinus) à água. Se você não encontrar o óleo, pode substituí-lo por um copo de chá de alecrim concentrado. Para efeitos ainda melhores, coloque alguns cascalhos ou pedregulhos no fundo da bacia e role os pés sobre eles.

Quais são os pés que não precisam de uma hidratação? Você pode aproveitar este momento de relaxamento e fazer duas coisas ao mesmo tempo. É só adicionar à água uma colher (sopa) cheia de óleo de amêndoas.

Seja por você mesmo ou para presentear alguém... Prepare um escalda-pés com quatro gotas de óleo essencial de ylang-ylang e duas gotas de óleo de lavanda. Enxugue os pés delicadamente, use um creme e finalize com uma inesquecível massagem.