BENEFÍCIOS DOS ANTIOXIDANTES!

Elisabete Fernandes Almeida é escritora e editora médica, com especialização em Projetos de Educação Médica Continuada.
É presidente da Latin-Med Editora Médica, editora médica da Conexão Médica, diretora do departamento de Educação Médica para Leigos da Associação Paulista de Medicina e atua em vários sites médicos.
Dúvidas e sugestões sobre esta coluna devem ser encaminhadas para o e-mail ceoelisabete@latinmed.com.br

Dois artigos médicos relevantes sobre o mesmo assunto foram publicados no mês passado (agosto de 2003).

Num deles, pesquisadores demonstraram que as mitocôndrias (estruturas responsáveis pela produção de energia nas células) são a principal fonte de oxidantes e o principal alvo dos efeitos nocivos dessas moléculas. A lesão mitocondrial oxidativa parece ser a causa, e não a conseqüência, do envelhecimento celular.

Eu havia indicado, já há alguns anos, que a teoria inicial sobre o envelhecimento celular era conhecida como apoptose. Segundo esse conceito, cada célula sofre um número determinado de divisões e depois deixa de funcionar. Alguns estudos discordam desse processo, indicando que a função mitocondrial é desregulada, inicialmente, devido à ação dos pró-oxidantes, produzidos pelas próprias mitocôndrias. Os pesquisadores sugerem, ainda, que estas lesões oxidativas favorecem o desenvolvimento de mutações no DNA, que contribui para piorar a função celular.

No outro artigo, publicado no Mutagenesis, pesquisadores noruegueses investigaram os efeitos da ingestão de antioxidantes sobre o desenvolvimento de lesões cromossômicas. O estudo incluiu 28 participantes com antecedente de infarto do miocárdio e 57 indivíduos saudáveis, que receberam suplementos de antioxidantes durante três meses. Os suplementos consistiam em doses diárias de vitamina C, betacaroteno, vitamina E e selênio. Foram coletadas amostras de sangue no início e no final do estudo, com o objetivo de pesquisar evidências de lesões cromossômicas em leucócitos. Os indivíduos que receberam antioxidantes apresentaram uma redução estatisticamente significativa na fração de células com lesões cromossômicas. Antes do uso destes suplementos, foi possível induzir lesões cromossômicas em 63% das células, em comparação com apenas 27% após o tratamento. O efeito foi mais pronunciado entre os tabagistas. No grupo de fumantes que utilizou antioxidantes, foram observadas apenas 12% de células alteradas, em comparação com 81% no grupo de indivíduos que receberam placebo. Desta forma, os pesquisadores concluíram que os resultados favorecem a hipótese de que os antioxidantes permitem evitar lesões genéticas.

É possível encontrar inúmeros estudos publicados na literatura médica das últimas décadas indicando que antioxidantes e determinadas substâncias podem apresentar efeitos protetores em relação ao câncer. Um estudo publicado em 1998 no Annals of Internal Medicine acompanhou um grande número de mulheres que utilizaram suplementos de ácido fólico durante mais 15 anos. O resultado demonstrou uma incidência de câncer de cólon cerca de 75% menor.

Dois estudos diferentes também apontaram que o selênio pode reduzir a incidência de câncer em até 65%. Alguns membros da comunidade médica, no entanto, têm afirmado que não existem evidências dos benefícios das vitaminas e suplementos em relação ao câncer.

Gostaria de perguntar a estes médicos e pesquisadores quais são as drogas eficazes e seguras que podem ser utilizadas para reduzir o risco de câncer...

A resposta é nenhuma.

Para as centenas de milhares de pessoas preocupadas com sua saúde, recomendo o uso de um bom suplemento de vitaminas, minerais e antioxidantes. A maioria dos polivitamínicos encontrados no mercado pode ser considerada boa, ou porque apresenta quantidades e formas adequadas de vitaminas ou porque apresenta muitos antioxidantes importantes.

Então, fique esperto, e utilize um suplemento diário de vitaminas, minerais e antioxidantes.

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