Para o futuro, não há área na saúde que não seja crítica, diz secretário

Carlos Gadelha, do Ministério da Saúde, esteve na 63ª reunião da SBPC.
Segundo ele, faltam inovação e distribuição de conhecimento no setor.



Carlos Gadelha durante debate sobre acesso ao SUS durante a 63ª região da SBPC (Foto: Luna D'Alama/G1)

O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, afirmou nesta terça-feira (12) que faltam investimentos no país em áreas de ponta do setor, como biotecnologia, telemedicina, química fina, novos materiais, células tronco e nanotecnologia.

"Não consigo identificar uma área para o futuro que, na nossa Saúde, não seja crítica. Mas, como no passado éramos muito excludentes, qualquer avanço já é significativo", disse ele durante palestra da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Goiás (UFG), em Goiânia.

Gadelha afirmou que o país ainda está muito atrás dos outros na área de desenvolvimento tecnológico voltado para a saúde. "Essa área responde por 25% dos esforços de pesquisa e desenvolvimento no mundo. Mas apenas 3% são feitos em países de baixa e média rendas, como o Brasil. Ainda não estamos conseguindo transformar conhecimento em políticas sociais e de saúde", destacou.

Segundo ele, o deficit comercial de equipamentos e medicamentos no Brasil é de US$ 10 bilhões. E o compromisso deve ser usar a ciência e a tecnologia para melhorar a qualidade de vida.

De acordo com o secretário, é preciso aliar a pesquisa às necessidades da Saúde. Entre os BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), porém, o país é o único que cresce com distribuição de renda e acesso, na opinião de Gadelha. "Metade da população indiana não tem acesso a medicamentos", comparou.

Interior do país
Ainda assim, há desafios fora dos grandes centros urbanos. Gadelha afirmou que o interior do país, como a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Oeste, só vai se desenvolver se a rede de serviços for regionalizada e distribuída de forma equilibrada. "Cerca de 80% do conhecimento, da base e da inovação tecnológicas ainda estão na região Sudeste."

A rica biodiversidade do cerrado, que é tema central da 63ª reunião da SBPC, também deve ser usada medicinalmente, ressaltou o secretário do Ministério da Saúde. Além disso, ele mencionou a questão do lixo hospitalar, que em um modelo sustentável deve ser minimizado.

Terceirização e Organizações Sociais
A palestra foi marcada, ainda, por protestos contra a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de Organizações Sociais (OS), modelo de parceria para administrar unidades de saúde.

"Quem defende o Estado deve defender sua reforma", disse Gadelha.


0 comentários: