09 de novembro de 2010
Gene pode estar associado à compulsão por compras
Controle da impulsividade é menor em pessoas com baixo nível de monoamina oxidase
© dmitriy shironosov/shutterstock
Por que algumas pessoas têm dificuldades de controlar seus gastos e acabam invariavelmente ultrapassando o limite do cartão de crédito? Alguns colocam a culpa desses excessos na inflação ou nas altas de taxa de juros. Porém, recentemente, pesquisadores encontraram mais um “culpado” para acrescentar a essa lista: um gene associado à compulsão por gastos. Estudos anteriores já haviam mostrado que a genética desempenha papel importante na forma como administramos nossas finanças. Mas o estudo é o primeiro a mostrar que um gene específico pode ser o responsável por afetar o comportamento financeiro de algumas pessoas. Obviamente a relação não é tão direta, mas está ligada ao controle da impulsividade. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego e da Escola de Economia de Londres, analisaram dados genéticos e questionários preenchidos por mais de 2 mil jovens entre 18 e 26 anos que integraram o Estudo Longitudinal Nacional da Saúde do Adolescente. Com esses relatórios os pesquisadores pretendiam saber se esses jovens tinham dívidas acumuladas e qual era o papel do gene de monoamina oxidase (MAO-A, na sigla em inglês), enzima que quebra os neurotransmissores do cérebro.


Algumas pesquisas haviam associado versões de baixa eficiência desse gene à impulsividade. O novo estudo mostrou que pessoas com uma “versão de baixa eficiência” de MAO-A tinham dívidas no cartão de crédito com frequência 7,8% maior que aqueles com duas versões maiores do gene. Isso pode ser observado mesmo quando fatores como condições socioeconômicas e escolaridade foram levados em consideração. Em voluntários com duas “versões baixas do gene”, esse número saltava para 15,9 %. Os pesquisadores se surpreenderam com essa diferença. “O efeito é quase tão grande quanto o analfabetismo financeiro que traduz a incapacidade humana de digerir informações financeiras complexas”, observa o pesquisador Jan-Emmanuel de Neve, um dos autores do estudo.

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