Seg, 29 Nov, 12h15

RIO - Cerca de 180 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e 300 policiais civis estão no Complexo do Alemão vasculhando cada casa e cada beco em busca de traficantes, armas e drogas. Nesta segunda-feira, duas pessoas foram presas. A polícia apreendeu também cinco fuzis, 1 rifle, granadas, carregadores de armas e coletes foram apreendidos. O material estava num porão de uma casa e foi descoberto com a ajuda de denúncias de moradores na região.

Foram localizados ainda 20 quilos de cocaína por volta das 10h45m numa casa da favela da Grota, no Complexo do Alemão. A droga estava guardada dentro de um armário, onde também estava escondida uma peruca, provavelmente para disfarce de traficantes. Também na Grota, agentes encontraram cadernos de contabilidade do tráfego.

O subchefe operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira, disse que as suas equipes estão sendo trocadas diariamente e que não há prazo para a Polícia Civil sair do local.

O delegado acrescentou que possui várias informações de onde estariam outros traficantes que ainda não foram presos. Ele afirmou que vai checar todas as denúncias, sem precipitação, e que irá prendê-los, seja no Complexo do Alemão ou em qualquer outra favela onde eles possam ter se abrigado.

O comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, disse que seus policiais estão tirando escala de 30 horas de serviço para conseguir vasculhar com detalhes cada parte do Complexo do Alemão. Nesta segunda-feira, 180 homens realizam buscas no Complexo e na parte alta, numa localidade chamada Areal, onde há uma pedreira. Policiais da Companhia de Cães do Batalhão de Choque fazem essa revista detalhada nas casas e vielas.

Para o coronel, a entrada no Complexo do Alemão representou "uma humilhação para essa facção criminosa que se dizia valente e subjugava os moradores".

Paulo Henrique Moraes informou ainda que 90 homens da corporação passaram a madrugada na favela. Segundo o oficial, os militares ficaram distribuídos em seis comunidades do complexo.

- É fundamental que nós façamos uma limpeza da comunidade. Queremos descobrir guarda de armas e possíveis marginais que ainda estejam na comunidade - disse ele, em entrevista à TV Globo.

O comandante reconheceu que é possível que alguns bandidos tenham fugido da comunidade:

- Eles tentaram de diversas formas. Alguns tentavam fugir vestidos de religiosos, de mata-mosquito. Alguns conseguiram, é possível. Eles podem ter ido também em direção ao Juramentinho fugindo pela tubulação.

Blindados em frente ao batalhão

Os doze carros blindados da Marinha e do Exército, além dos blindados da Polícia Militar, continuam na porta do 16º BPM (Olaria), que funciona como centro de controle das operações que tomaram do tráfico de drogas os complexos da Vila Cruzeiro e do Alemão. O cenário de guerra continua montado, mas o clima é de paz e tranquilidade.

Moradores nas ruas ficam observando possíveis novas ações policiais. A tensão, antes estampada no rosto das forças policiais que atuaram nessas favelas, deu lugar à tranquilidade. Os pontos de ônibus estão cheios. Os coletivos estão trafegando desde as 4h, quando um ônibus da linha 908 (Bonsucesso-Guadalupe) passou pela Estrada do Itararé. O veículo foi o primeiro a circular pela via, durante a madrugada. No entanto, poucas Kombis e taxis trafegaram pela estrada no mesmo horário.

No interior da favela, moradores tentam retomar a rotina. Parte do comércio das ruas internas da comunidade continua fechado. A Avenida Itaoca, no entanto, em nada lembra o cenário de guerra do domingo: a via está liberada ao tráfego nos dois sentidos, e o comércio já está funcionando.

Os moradores sofrem, no entanto, com a grande quantidade de lixo espalhado pelas ruas e vielas do Complexo do Alemão. Desde sexta-feira, a Comlurb não recolhe as sacolas com detritos.

Operários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já estão no local e devem retomar as obras, paradas desde o início dos conflitos.

As aulas nas escolas e creches municipais localizadas na região do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, no entanto, ainda não voltaram ao normal. A Secretaria Municipal de Educação informou que o reinício das aulas na região será definido em uma reunião com o prefeito Eduardo Paes, nesta segunda-feira.

A primeira noite com ocupação das forças de segurança foi de aparente tranquilidade no Complexo do Alemão. Durante a madrugada, o patrulhamento no entorno da comunidade continuou, mas em número reduzido: militares das Forças Armadas, e policiais civis e militares ficaram de prontidão na Estrada do Itararé e na Rua Joaquim de Queiroz, principal acesso à favela.

Policiais do Bope ficaram posicionados em pontos estratégicos da comunidade. Veículos blindados das Forças Armadas circularam pela Estrada do Itararé. Moradores que entravam e saíam da comunidade também eram revistados.

Um suspeito de 37 anos foi preso por uma equipe da 10ª DP (Botafogo), na noite de domingo, na Favela da Grota, que fica no complexo. O homem foi preso com oito carteiras de identidades, papelotes de cocaína, uma faca e produtos eletrônicos, possivelmente roubados. Ele disse que os documentos eram de parentes.


2 comentários:

Mimo Chic at: 30 de novembro de 2010 às 08:25 disse...

Rezando que tudo melhore por ai...
bom conhecer seu blog!
Seguiremos.
Esperemos retribuir esse carinho no nosso blog também,
quem sabe tê-la como seguidora, pois pessoas assim tem alma grande,
fique em paz,
Lulu e Sol

ONG ALERTA at: 30 de novembro de 2010 às 08:55 disse...

Infelizmente nosso país esta um desastre, beijo Lisette.