INCIDÊNCIA DE AIDS EM MULHERES COM MAIS DE 50 ANOS QUASE DOBRA EM 10 ANOS

Casos passaram de 5,2 por 100 mil habitantes para 9,9.
Entre homens da mesma idade, o número passou de 12 para 18.


Dados do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde, mostram que a taxa de incidência de Aids em mulheres acima de 50 anos em 2007 praticamente dobrou em relação a 1997 – de 5,2 casos por 100 mil habitantes na década passada para 9,9 em 2007. No mesmo período, a taxa entre homens da mesma idade passou de 12 para 18.

A taxa de meninas entre 13 e 19 anos também cresceu 0,4 – de 2,3 por 100 mil habitantes em 1997 para 2,7 em 2007. Entre meninos, houve uma redução, de 2,2 para 1,9. Segundo a diretora do Departamento Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, desde 1998 há 10 casos em meninas para oito em meninos.

“Nessa faixa etária, quem determina sobre o uso do preservativo é o menino. As meninas têm dificuldade de sair para uma balada e levar o preservativo, exigir do parceiro”, disse. Segundo ela, o foco da próxima campanha de carnaval serão as meninas.

O país reduziu em 41,7% a incidência de casos de Aids em menores de cinco anos de idade, com uma diminuição de quase 70% também no coeficiente de mortalidade. Isso mostra, segundo o ministério, que está se conseguindo reduzir os casos de transmissão de mãe para filho.

Ainda de acordo com o órgão, 96,9% dos casos de infecção em 2007 foram causados por meio de sexo sem preservativo. Em 1997, esse índice atingia 88,7%.

Gays

Entre jovens homossexuais com idades que vão de 13 a 24 anos, houve aumento na proporção dos registros – passou de 29% em 1997 para 43,2% em 2007. “[Isso acontece] desde as questões relacionadas à homofobia na escola até ao fato de que, como dizem os grupos de defesa dos gays, este grupo de jovens não viveu a parte difícil da epidemia. A gente fala em 11 mil pessoas morrendo de Aids todo ano, mas essa estatística esconde um monte de coisa. Ainda morrem 30 pessoas por dia. E essa visão de que Aids tem tratamento pode ser uma informação que leva a um relaxamento da prevenção”, disse Mariângela.

Mortalidade

De acordo com os dados do ministério, o coeficiente de mortalidade mantém-se estável no país desde 2000, com cerca de seis mortes por 100 mil habitantes. Em números absolutos, se registra queda em mortes nos homens e estabilidade nas mulheres.


Rafael TarginoDo G1, em Brasília


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