Indicações Médicas
Para permitir a identificação de todos os pacientes com efetiva indicação, foi elaborado a atualização e o detalhamento das indicações iniciais, na seqüência abaixo, a partir da considerável experiência clinica acumulada sendo, a recomendação oficial complementar da SBMH ( Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica ). As indicações clinicas estão agrupadas por especialidades.
Cirurgia Geral e Gastroenterológica:
1. Isquemia da incisão cirúrgica;
2. Infecção do sitio cirúrgico;
3. Deiscência da incisão cirúrgica;
4. Peritonite purulenta não cirúrgica;
5. Íleo paralítico refratário;
6. Pancreatite aguda;
7. Retocolite ulcerativa em atividade;
8. Doença de Crohn fistulizada;
9. Fistulas enterocutâneas;
10. Complicações de cirurgias orificiais ;
11. Isquemia hepática pós-transplante;
12. Abscessos múltiplos de órgãos parenquimatosos;
13. Pós punção de abscessos de partes moles (pescoço, retroperitônio);
14. Pneumatose intestinal;
15. Cistite hemorrágica por adenovírus.
Traumas:
1. Traumas isquêmicos de extremidades (esmagamentos, desenluvamentos, fraturas expostas, perdas de substancias, rupturas de vasos e Síndrome Compartimental);
2. Traumas em locais previamente comprometidos (áreas necróticas, isquêmicas, irradiadas, etc.);
3. Traumas em áreas nobres: face, pescoço, mamas, períneo, genitália, mãos e pés;
4. Traumas com infecção secundária;
5. Progressão por lesões traumáticas iniciais
6. Lesões por abrasão de pele
7. Acidentes por agentes biológicos (mordedura de animais – aranhas, cobras e insetos, etc.);
8. Pneumoencéfalo e pneumocrânio.
Infecções:
1. Infecções bacterianas de partes moles: aeróbias e anaeróbias, abscedantes e/ou necrosantes (ex: impetigo disseminado, piodermite gangrenosa, piomiosite, etc.);
2. Erisipela;
3. Micoses invasivas ( Actinomicose, Mucormicose, etc);
4. Osteomielites primárias com má resposta ao tratamento;
5. Hanseníase em casos selecionados;
6. Otites médias, externas e mastoidites de evolução crônica, otite externa maligna;
7. Epidermólise bolhosa;
8. Infecções bacterianas secundárias a doenças virais (varicela, herpes zoster);
9. Fasceítes Necrotizantes (Incluindo Síndrome de Fournier)
Feridas (Aspectos clínicos de elegibilidade para tratamento com OHB com um ou mais critérios abaixo relacionados):
1. Infecções refratárias/germes multi-resistentes:
2. Locais nobres e/ou de riscos: face, pescoço, períneo, genitália, mãos e pés;
3. Perda de enxerto ou retalho prévio;
4. Fundo pálido (isquêmico);
5. Osteomielite asssociada;
6. Possibilidade de amputação;
7. Presença de fístula;
8. Ausência de sinais de cicatrização;
9. Fundo irregular;
10. Feridas em locais previamente comprometidos (áreas necróticas, fibróticas, isquêmicas, irradiadas, etc).
11. Feridas extensas e/ou profundas
Doenças Vasculares (Adjuvante ao tratamento clínico ou cirúrgico):
1. Doenças arteriais obstrutivas periféricas com feridas isquêmicas;
2. Arteriopatias inflamatórias: tromboangeites obliterantes, arterites por colagenoses, e arterites infecciosas;
3. Pé diabético;
4. Úlceras venosas;
5. Linfangite associadas a lesões cutâneas;
Ortopedia e Traumalologia:
1. Fraturas expostas em casos selecionados;
2. Osteomielites hematogênicas, pós cirúrgicas e pós fraturas;
3. Artrites sépticas;
4. Pseudartrose com ou sem infecção;
5. Cirurgia de prótese infectada;
6. Cirurgia ortopédica infectada;
7. Necrose asséptica de cabeça de fêmur;
Cirurgia Plástica:
1. Queimaduras térmicas, elétricas e químicas;
2. Ferimentos de difícil cicatrização;
3. Enxertos e retalhos comprometidos ou de risco;
4. Celulites, fascilites e miosites , após cirurgia plásticas reparadoras e estéticas ( mamas, abdômen e lipoaspiração);
5. Infecções necrosantes de tecidos moles após procedimentos invasivos estéticos (como injeção ou aplicação de produtos biológicos autólogos, produtos sintéticos e semi-sintéticos para preenchimentos);
6. Deiscências de cirurgias comprometendo o resultado estético;
7. Pacientes com alto risco de complicação (diabéticos, tabagistas e etc.) objetivando prevenir o sofrimento tecidual.
8. Diminuição de edemas e seromas pós-operatório em casos selecionados.
Lesões Actínicas:
A OHB, por sua ação única sobre os tecidos humanos pós irradiados (principalmente pelo efeito neo-angiogênico) é o único tratamento capaz de recuperar significativamente e de forma duradoura estes tecidos, sendo indicadas nos seguintes casos:
1. Dermatite actinica
2. Miosites actínicas
3. Retite actínica
4. Cistite actínica
5. Neuropatia actinicas em casos selecionados
6. Mielite e encefalite actinicas em casos selecionados.
7. Implantes em tecidos comprometidos
OBS: Está comprovado que o uso de OHB não aumenta o potencial de aparecimento nem o crescimento tumoral.
Classificações e Protocolos
Classificação de lesões por critério morfológico funcional
( Universidade de São Paulo / USP)
A SBMH recomenda a adoção desta classificação com o objetivo de padronização.
A. Lesões /infecções/necroses de partes moles por trauma ou espontâneas
B. Complicações/Deiscências de cirurgias/Enxertos
C. Lesões de partes moles + fraturas com ou sem amputação
D. Pés /Pernas diabéticas
E. Osteomielites crônicas
F. Queimaduras térmicas/ elétricas/ químicas
G. Úlceras crônicas em membros inferiores
H. Gangrenas gasosas/ Outras lesões com gás
I. Úlceras ( escaras) sacrais/ trocantéricas
J. Gangrenas de Fournier
L. Outras ( lesões que não se enquadram em nenhuma classificação)
M. Chron/ Retocolite ( com fístulas ou hemorragias)
N. Surdez súbita/ Outras manifestações agudas de ouvido
O. Lesões/ Infecções/ Necroses de partes moles por isquemias crônicas agudizadas
P. Osteorradionecrose
Protocolos:
O tratamento é realizado em sessões com duração de 90 a 120 minutos, com pressão variando de 2 a 3 ATA, sempre a critério do médico hiperbarista. As sessões poderão variar desde uma a três por dia e dependendo da fase do tratamento poderá ser empregado o uso de sessões em dias alternados.
CONTRA - INDICAÇÕES
- Pneumotórax não drenado ou história de pneumotórax expontâneo (absoluta);
- Infecções das vias aéreas superiores/sinusites crônicas;
- Infecções virais;
- Cirurgias torácicas prévias recentes;
- História de convulsões;
- Neoplasias;
- Febre alta;
- Esferocitose Congênita;
- Anestesia Peridural há menos de 6 horas;
- Terapêutica com Doxorrubicina (absoluta);
- Gravidez;
- Neurite óptica;
- Cirurgia otorrinolaringológica recente;
- Enfisema pulmonar.
Atividades sob condições hiperbáricas estabelece as condições mínimas de equipamento e pessoal para o atendimento dos acidentes sob condições hiperbáricas que ocorrem com trabalhadores formais e informais em atividades submersas ou em contrução civil.
Características do Serviço Médico Hiperbárico:- Instalação adequada da câmara (elétrica / gases / supressão de incêndio).
- Equipe medica e de apoio com conhecimento de tratamento de acidentes descompressivos.
- Dispor, no serviço, das tabelas de tratamento, para consulta imediata.
- Obedecer a NR 15, anexo 6, quanto ás instruções de tratamento com as tabelas de recompressão terapêutica e fluxogramas existentes.
- Em caso de doenças disbáricas, utilizar preferencialmente câmaras multiplaces.
- Somente em situações de impossibilidade real de acesso à câmara multiplace, confugirando emergência médica, poderá ser utilizada a câmara monoplace, plea técnica de Hart-Kindwall, mesmo não estando previsto na legislação relacionada.
- Existência no serviço de todo o material para o atendimento de emergência e suporte avançado de vida.
- Suprimento de gás e oxigênio conforme o estabelecido na NR 15.
- Disponibilidade em tempo integral com fácil acionamento da equipe para o caso de atendimento emergencial.
- Os testes de aptidão somente poderão ser realizados em câmaras multipacientes sob a orientação de medico do trabalhado com habilitação em medicina Hiperbárica.
Recomendações Gerais:
Atendimento inicial
Proceder às medidas iniciais de atendimento (inicio imediato) paralelamente ao encaminhamento para a câmara de recompressão:
Monitorização das funções cardio-circulatórias e respiratórias;
Administração de 100% de oxigênio;
Hidratação endovenosa adequada;
Coleta de dados referentes ao mergulho (perfil do mergulho);
Exame neurológico, inclusive com avaliação das funções vestibular e auditiva;
Empregar Tabela de Tratamento de acidentes de mergulhos e trabalhos submersos de acordo com avaliação clinica inicial e avaliações sucessivas no decorrer do tratamento.
No caso de impossibilidade de realizar no local o tratamento de recompressão, entrar em contato com o serviço hiperbárico habilitado de referencia.
Recomendações pós-tratamento:
Manter paciente sob observação, internando em hospital dependendo da gravidade dos sintomas.
Reavaliação após 24 horas e mergulhos e trabalhos submersos por pelo menos duas semanas após a alta.
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