VIAGRA FEMININO





A sexualidade feminina sempre foi um tabu. Até hoje muitas mulheres não se sentem à vontade quando o assunto é sexo e o próprio prazer. Essa realidade começou a mudar com a chegada de produtos capazes de estimular a libido da mulher comdificuldades em atingir o orgasmo durante a relação. Mas é preciso atenção, pois, como alertam os especialistas, os métodos podem mascarar a verdadeira causa do problema.

Gel estimulante

Uma das opções é o Viatop. O gel, que leva na composição arginina e mentol, deve ser passado de três a cinco minutos antes da relação e ajuda na vascularização e vasodilatação da região genital. Alguns especialistas se referem ao produto como o Viagra feminino, mas o chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or, Humberto Tindó, discorda desse rótulo. "Isso é um grande erro, pois o Viagra original não aumenta a libido e, sim, propicia a ereção e a sustenta por um tempo maior. Nos homens, isto melhora a autoestima e consequentemente interfere nos mecanismos psicológicos da libido e do desejo sexual propriamente dito", explica.

Para o ginecologista Felipe Brandão, o Viatop funciona na verdade como um estimulante e não é garantia de que a relação será satisfatória. "O Viatop não garante um orgasmo. A relação envolve duas pessoas. Então, com o uso do produto, a mulher vai pensar, vai erotizar, vai imaginar, mas o desempenho da relação não depende só dela", observa.

A vantagem do gel é o processo de conhecimento do próprio corpo. Ele estimula a retomada das preliminares que fazem grande diferença para as mulheres, mas que acabam deixadas de lado. "Na relação sexual normal muitas vezes a mulher não tem nem tempo de chegar a um nível de excitação. Para isso, ela pode fazer uso da pré-relação, das preliminares, que são os beijos, os toques etc. O Viatop entra exatamente nessa hora. Neste processo, a mulher acaba se conhecendo melhor, conhecendo o próprio corpo e os próprios desejos. Acho vantajoso nesse sentido", afirma Felipe Brandão.

Sem garantia

Humberto Tindó conta que não existe nenhuma substância que seja cem por cento eficaz no aumento da libido feminina. No entanto, existem estudos em andamento que apresentam maior possibilidade de se transformarem em produtos comercializáveis, baseados em duas substâncias: a bupropiona e a flibanserina. Ambas são encontradas em antidepressivos que, quando usados, apresentaram como efeito colateral a intensificação do desejo sexual.

O ginecologista alerta, porém, para o fato de que o produto só deverá funcionar em pessoas com depressão. "Na minha opinião, essas substâncias devem ter um efeito de aumento da libido naqueles que efetivamente apresentam um quadro depressivo, mesmo que leve, pois a diminuição da libido faz parte desses quadros clínicos. Não acredito que elas venham a aumentar o desejo de qualquer um, que sejam mágicas"

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