Ciclo de resposta sexual em homens idosos


De acordo com Masters e Johnson (1985), quando o homem idoso entra na fase da excitação sua ereção não ocorre tão facilmente, como acontecia em sua idade jovem. Neste caso, muitas vezes, é necessário que a parceira manipule o órgão sexual do homem para que a ereção ocorra.

Porém, se a modificação for observada de forma negativa, como sinaliza Carneiro (1991): “uma quebra do compromisso com o sucesso” (p.9), e, não como uma mudança natural do processo de envelhecimento, este homem poderá entrar em depressão e, assim, criar uma disfunção sexual. Segundo os autores, no entanto, a possibilidade de um homem possuir uma ereção até os 80 anos ou mais é possível, principalmente, se este tiver uma boa saúde física e psicológica.

É importante salientar que esta dificuldade em adquirir rapidamente uma ereção é igualada à demora na lubrificação vaginal quando a mulher atinge uma idade avançada. Quando o homem passa da fase da excitação para a do platô, ele irá verificar uma modificação em relação ao tempo, ou seja, o homem poderá desfrutar mais das tensões sexuais sem estar preocupado com a emissão ejaculatória. Neste momento, de acordo com Risman (1995): “O casal poderá brincar, trocar carícias e explorar o corpo com maior intensidade, ampliando dessa forma o exercício da sexualidade” (p.57).

Confirmando esta visão positiva da fase do platô no homem idoso, Masters e Johnson (op.cit.) afirmam que o controle da ejaculação dos homens de 50-70 anos faz parte “das vantagens do processo do envelhecimento”(p.237).

Após este período, o homem passa para a fase do orgasmo, onde deverá verificar a existência de uma diferença que ocorre no idoso. O processo ejaculatório, ainda segundo esses autores, é dividido em dois estágios, que são: a inevitabilidade ejaculatória e a saída do líquido seminal.

Na inevitabilidade ejaculatória, o homem tende a sentir que a ejaculação está para ser realizado. Esta sensação é manifestada pelas contrações da glândula prostática e das vesículas seminais. No segundo momento, o estágio equivale a saída do líquido seminal.

Ao envelhecer, o homem desenvolvem variáveis entre estes dois estágios existentes na fase do orgasmo.

No indivíduo de idade avançada, o tempo da experiência orgásmica é menor e o primeiro estágio pode não ocorrer no ciclo de resposta sexual. No entanto, se o estágio da inevitabilidade ejaculatória for percebido, este é alterado em relação ao tempo que diminui de dois a quatro segundos para um ou dois segundos.

Outro fator importante de mudança é em relação ao volume do líquido seminal que gradativamente é reduzido: após uma continência de 24-36 horas em um indivíduo jovem, esse volume é de 3-5 ml, enquanto que, em um homem de mais de 50 anos, cai para 2-3 ml.

Alterações também ocorrem na fase da resolução. O tempo refratário, isto é, o período que vai da ejaculação até uma nova ereção torna-se maior. Por vezes, uma nova ereção poderá demorar horas ou até dias, diferentemente do que ocorre com os jovens que necessitam, normalmente, de alguns minutos para terem uma nova ereção.

Constatando as modificações que ocorrem no período refratário no idoso, Brecher (1984. Apud. BANCROFT, 1989) relata resultados de pesquisa realizada com 2.402 homens idosos, onde verificou que 65% possuíam um período refratário mais longo; 50% demoravam mais para conseguir uma ereção; 44% disseram que sua ereção era menos rígida quando completamente ereto e 32% tinham maior probabilidade de perder a ereção durante a atividade sexual. Estes dados demonstram, assim, que existem realmente alterações neste período do ciclo de resposta sexual no homem idoso.

Diante das mudanças que ocorrem na resposta sexual pelo processo de envelhecimento masculino, pode-se pensar que estes itens fazem parte do início da decadência sexual do homem. No entanto, estas alterações não influenciam as sensações prazerosas de uma relação sexual, como afirmam Masters e Johnson (1985):

“Estas alterações fisiológicas definitivas parecem não subtrair da experiência orgásmica do homem idoso na interpretação subjetiva do que usualmente é de extremo prazer sensitivo. O episódio é totalmente aproveitado, independente de o primeiro estado ser significativamente alterado ou mesmo totalmente omitido na experiência. As reduções evidentes na pressão ejaculatória e no volume não alteram a focalização básica do homem sobre o prazer sensitivo da experiência” (p.239)

Demonstra-se, assim, que o exercício da sexualidade, com o passar dos anos, modifica-se por motivos variados, porém esse grupo, por muitas vezes, permanece na exploração das sensações corporais que ainda possam desfrutar.

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